Tuesday, November 12, 2013






O texto seguinte é tirado do livro "Vida Vivida Em Terras de Baleeiros", de Dias de Melo. Podia titular este texto assim: o papel das lanchas de baleia, no apogeu da caça à baleia nos Açores.

................................
"Equipadas também com rádio, cada uma leva o seu a bordo, sempre à escuta e em comunicação permanente com as vigias -- 71! a "Medina" ouve! 60! a "Espartel" atende! (melhor ouvir muito e falar pouco) -- as lanchas impõem-se definitivamente; têm participação fundamental na condução táctica da pesca, espalham e colocam estrategicamente os botes, levam-nos, largam-nos, acompanham-nos, a curta distância, rente às baleias, aprenderam a controlá-las, em certa medida --  se um bote nosso vai pega-não-pega, chega-não-chega e a baleia arredonda para mergulhar, é dar um berro brusco com o motor, um risco, pode ela, em pânico, meter-se instantaneamente (nada se perde, de qualquer maneira ia-se embora), porém, repetidas vezes estremece, faz um reparo, hesita por momentos, basta para que o bote, a remos à força de braços, à vela com um jeito pronto na escota, dê uma esticada e o trancador lhe enfie o arpão --, e lançam, e matam, e, num caso extremo, a cortar as vasas a um bote contrário, os nossos não conseguem alcançá-la, elas próprias, mesmo contra a Lei, se atiram e trancam baleias, é o que se chama trancar da lancha. Tudo isto exige saber, inteligência, astúcia, capacidade de decisão imediata, os melhores oficiais transitam para o lugar de mestres das melhores lanchas, lá vai mestre José Faidoca à popa da "Medina" (nenhum o iguala), mestre José Costa (grande no bote, esperava-se mais dele) à popa da "Maria Medina", mestre João Brão (filho) à popa da "Espartel" e nelas embarcam marinheiros, o Manuel Silveira na "Medina", que são homens capazes de atirar como os melhores trancadores, um arpão e uma lança; com motores "Diesel" potentíssimos, cento e setenta e cinco, duzentos e vinte, trezentos cavalos, "Greys" na maioria (a América, consta, arrebanhara-os em barda para a guerra, acabada a guerra não precisa deles, vende-os ao desbarato, enxurra tudo com "Greys"), alcançam velocidades loucas, quinze, vinte, vinte e tantas milhas à hora, é um tal esfraitiar, papar gasóleo e deitar milhas para trás, num pulo dão um salto seja onde for, vamos longe, nos nossos botes rebocados por elas, vamos aonde as baleias estão, aonde os nossos vigias as desencantam com os seus binóculos ou suspeitam pelo que ouvem nos rádios, longe, muito longe, por esse Sul abaixo a abrir canal aos dois lados, quase a perder de vista as Ilhas, por esse Oeste dentro para além do Faial, a entrar no Canal das Flores, de rumo a Leste vamos balear para a Terceira, ao largo do Porto Judeu, aí a quinze milhas da costa, já no Canal de S. Miguel -- pelo menos da Calheta fomos lá uma vez --, ao largo da Serreta, de Santa Bárbara, de S. Mateus, do Monte Brasil, de Angra é o pão nosso de cada dia, vamos para o Norte de S. Jorge, para o Canal da Graciosa, mais perto da Graciosa do que S. Jorge, aí nos encontramos e batemos com os botes e as lanchas dos graciosas, a "Ilha Branca", o "Carapacho"...
............................................


Tuesday, October 1, 2013


 nº 4m




nº 5m

 nº1m


 nº2m





nº3m



Monday, September 30, 2013

nervo



nervo





nervo

Por

José Manuel Dias de Melo



























“this country is at war”  In A Warzone (2013) (full album)
Transplants




























A

























1

Filho da mãe!

O livro fugiu.

Estranhas

Patranhas

Encripto

Abrupto.



















2
Dois mil                         
Treze
Zero                              
Linha                                                  
Limbo                                                                    

---------Mil e novecentos                                                 
--------e Trinta e quatro
Vidreiros                                               
Marinheiros.
                                                                 





















3
A praça antiga tinha reclames antigos.
Não comprava nada
Não vendia nada
Não havia água
Não havia luz.
Não havia palavras amigáveis.
























4
Chegava ao lugar porque não sabia.
Tinha o governo cumprido.
Estava roído.
Estava roído, estava em nada.





























B























1
Tinha de respeitar o luto dignamente.
Num momento morria noutro deixava as mágoas um dia.
Tinha ideias sombrias.
Tinha um fito.

Tinha o fio esticado.
Tinha a matéria crivada para além do limite.
Ia para a terra dos mortos.
Tinha uma vara atravessada na garganta.

Ia o barco funerário no rumo da barca do inferno.
Queimava azeite na casa dos mortos.
Estava em trânsito para os vivos.

















2
Ia a zero.
O zero transformava o tudo em nada.
Falava dos mortos contra o silêncio.
Acusava-os pelo bem e pelo mal.

Tinha a consciência tranquila.
A culpa era dos mortos.
















3
Tinha o costume artificial da consciência.
Tinha o sangue na guelra à mistura.
Tinha a matinal plateia o nariz em bico.
Antevia o equilíbrio dali a um ano.

(Vais passar para lá do poço),
Dizia o nome erecto e mantinha os sentidos alerta.
Tinha um terreno com água.
Ia de cambalhota em cambalhota sem uma dúvida.

Tinha a condescendência dos prelectores.
Proferia palavras com muito sentido de estado.
Entrava tão cansado em casa.
Revelava o negócio das preces.

Enveredava por um caminho privilegiado.
Tinha o nome de barriga para o ar.
Tinha o lugar prometido na mesa.
O lume aquecia os esqueletos fechados à chave.

O desastre à volta era incompreensível.
(Guarda aí o relatório dos enfermos)!





4
A montanha tinha nervos,
Tinha um olho de vidro,
Tinha um motor de rega,
Tinha a mania das alfaces.

Tinha a presidente ideias infelizes.
Caía da montanha uma corda.
Havia imaculadas terras à volta das ruínas.
Tinha amor de cadela brava coração aos saltos.

Ouvia gritos no deserto.
Estava a corda da montanha cheia de sangue.
Via os comboios de olhos fechados.
Virava na esquina da véspera.

Havia terras baratas.
(Estou bem das artérias, meu rico senhor).
Entrava a ventania nos gabinetes sem nada.
Tinha de ir a condizer à sala dos presidentes.

Havia a sala de duas portas e outras cortadas.
Estava amarrado aos compromissos.
Tinha veias rasgadas.
O que havia a fazer estava feito.
















5
(Bom dia!
Entra aqui primeiro em casa;
Olha para ti, que és dela;
Vai até à dispensa e trás o nome).

Estava o corredor bem fechado.
Deslizavam cadáveres desmembrados
Nas águas amarelas das ribanceiras.
Tinha a espada na mão no cruzamento da assembleia.

Havia carris na escada rolante.
Era uma casa de vendidos.
Havia na forja vinte mil.
Estava debaixo da ponte.

Tinha o nariz afinado.
Tinha o número virado do avesso.
Via o outro no cimo da sala da direita.
Tinha o outro da sala cê o ah e o bê.

Tinha os dedos bem afinados.
Pegavam os escaravelhos nos lacraus pelos cornos.
Tinha os beiços descaídos fora do trabalho.
Tinha o olho noutro vazio.

Tinha o cheio um pouco de tudo.
Tinha de bater à janela.
(O que querem aqui)?
Tinha dois dias para tocar na campainha.

(Depois de sair do quarto deixei de pensar nela,
A presidente; ela esteve comigo naquele belo dia,
Naquele quarto a dar para a rua das flores).
------------------De verão, as buganvílias.












6
Havia passageiros numa entrada.
Esperavam os outros para descer as escadas.
Caía um pingo de chuva iminente.
Havia espetos nas guelras das peixas.

Havia boletins na caixa das esmolas.
Dava leite e latas de atum.
Havia apoiantes extravagantes.
Levavam os estrangeiros as bebidas.

Subia cordas nos tempos livres.
Tamborilava uma tromba de água no horizonte.
Tinha as mãos lavadas e os dentes brancos.
Ia o rio encrespado contra as amuras dos barcos ancorados.

Agarrava a corda da montanha.
Tinha os dedos bem arrochados.
Tinha uma serpente de ferro na ponta da língua.
Tinha olhos de cão.

Descobria a sabedoria secretamente.
(A palavra está assente em escoras de madeira).
Tinha a mão presa na porta.
Ficava a casa no lugar mais afastado.

Descia depressa e sem esforço.
Respeitava a origem da lua.

7
Estava no berço da morte com vista para as galerias.
Tinha em conta o estanho e o cobre,
Elementos essenciais.
A montanha serenamente…

Desmanchava o presunto.
Desmanchava os corpos das vacas.
Escoava o sangue num alguidar.
Mostrava o Homem Seco duas estrelas na boca.

Irritava o estratagema.
Enviava o sangue para as artérias.
Enviava as luzes para o centro da terra.
Dizia treze ave-marias na casa dos espanhóis.

Estava a montanha do sol na paz do senhor.
Tinha o Homem Seco uma ideia forte.
Intrigava a plebe.
Esperava os mortos nos espelhos.

Forjava as lanças de guerra na escuridão.
Havia reunião entre o Homem Seco e o especialista.
Tinha dentes enterrados na cabeça.
Estava a beber uma chávena de chá.

(Vamos falar de negócios),
Pedia a palavra o homem de pouca fé,
Limpava os corpos nus nas mesas do hospital, incredulamente.




8
Tinha o gosto amargo da morte.
Tinha o terreno limpo de silvas e ervas daninhas.
Tinha o terreno aberto na cabeça.
Tinha a roupa rota.

Atirava pedras para cima das escadas sob o efeito da música.
Descia as escadas uma voz muito bem colocada.
Da outra banda da bancada e debaixo das lâmpadas
Estavam lâminas de metal para reflectir a luz.

Aventurava-se na galeria central para uma esmola.
Pobres desgraçados.
Dava nome às coisas o maneta cor de sapo.
Tinha a clarividência da mulher.

Estava a mulher muito em cima, concentrada e respeitosa,
Tinha numa das mãos as terras e na outra a alma do Senhor.












9
Tinha engolido uma cabra e alfinetes.
Estava o extravagante condenado.
Ao contrário da estravagância
Tinha o Quebra-costas uma virtude inultrapassável.

Abrigava a paisagem dos estupores.
Entrava o ladrão de olhos fechados.
Tinha oxigénio e água das estrelas.
Tinha a escada o ás de espadas e a rainha de copas.

O cancro afastava.
Tinha o guitarrista na ala lateral
O ponto de equilíbrio no interior das almas.
Estava nas escadas um degrau acima.

Era do interesse geral aprender chinês.



















10
Estava barricado em casa.
Descia para a casa no meio da praça.
Havia uma enorme cabeça de boi e uma carcaça de elefante.
Tinha os beiços apertados pelo frio.

Tinha os queixos na água.
Tinha os feixes de luz apontados para diante.
Tinha o sangue da mãe nas traseiras da casa.
Lançava a corda do alto da montanha.

Voltavam os amantes a falar.
(Tem paciência, pega nas tuas armas,
Mata-os a todos à canhonada).
Corria sangue e gritos.

Corria um homem agarrado a um braço pendurado aos gritos.
Estava aterrorizado nas escadarias da assembleia.
Atolava o medo o juízo.
Estava a estrela do mar na massa virtual.

Pingava o nariz na direcção errada.
(Olha os pés).
Naquele instante apareceu o tal homem de braço pendurado.
(Estás a sangrar, deixa-me fazer-te um garrote).

(Não há ambulâncias).
(Terminámos o sangue e pronto).
(Agora é aguentares a dor).
(Já te chamam a ambulância).

Tinha o dia outra vez forma.
Tinha o vento a verdade na peugada das folhas 
Das árvores viradas para a montanha.
Fugir era a versão melhorada do canibal.

Caíam peixes do céu no meio da praça da assembleia.
Estavam os olhos das bestas mais vesgos do que outrora.






















11
Tinha carne no saco inerte.
Fugia para matar.
Era o pai outra voz.
Esguichava o sangue dum rato banhudo.

Tinha as mãos cheias e o coração nas mãos.
Havia canas da índia no quintal.
Tinha a carne bem limpa.
Tinha os calcanhares infectados.

(Põe-te na fila, espera que te chamem).
Tinha um enredo muito original.
Tinha a voz retumbante atrás.
Empreendia a viagem para entrar no corpo.

Caía água nas panelas.
Estavam as almas em casa.
Tinha o conhecimento do rio.
Tinha a obrigação de dizer aquilo que queria.

Tinha os vinte e cinco
E mais atrás as vinte e sete
A formigar numa lata.
Tinha a vantagem de dizer ave-maria.

Brilhavam os espelhos vigorosamente.
Fechavam as portas das casas
E dos túmulos mínimamente.
Reforçavam os muros das cortadas as luzes do rio.

Puxavam o muro para o lado de lá do precipício.
Tinham os do lado de lá a vantagem do conhecimento mútuo.
Tinham a vantagem de atravessar o altíssimo muro.
Fugiam mil passageiros da montanha.

Havia latas de sardinhas em casa.
Deitava a muralha sombra temerosa sobre os guerreiros.
Iam os ventos largos para o oceano.
(Graças a deus).

Tinha o nariz a pingar.
Eram os mortos engolidos pela água exorbitante.
Estava muito frio.
--------Nevava.















12
Colhia as tranças lá em baixo porque estava mal.
Tinha luz no quarto da avenida.
Lavava o cão sem nenhum azar.
Havia olhos na retaguarda da cidade.

Tinha três pedras ao entardecer.
(Velho! Velho participante, a tua velha morre sozinha em casa).
Havia na montra duas pistolas na garganta.
Estavam as gavetas vazias e os frigoríficos limpos.

(Agora, amigo meu, estou a prestar declarações à tv).
Tinha um cão à prova de bala e dois guardas caracóis.
Farejava o cão raivoso as escadas das galerias.
Tinha a bola de cristal virada para o verão.

Trazia tranças na mão, três caçadeiras e uma espada feroz.
Estava a casa vazia.
Tinha três anéis acerca de mês e meio.
Era tarefa ruim e difícil.

Havia luzes ferozes nas pontas dos olhos.
Havia vidros e flores.
Tinha de esperar pelo Homem Seco.
(Atira a pedra, atira).

Apanhava na cabeça.
(Bem via, estava lixado).
Carreira de fogo e estricnina.























13
Tinha a arma certa a morte inteira.
Tinha a chama da intemporalidade.
Tinha feridas abertas.
Dava a mulher da assembleia uma bela noite rasgada.

Alargava uma braçada para fora do edifício.
Tinha a montanha no primeiro momento
De manhã sumo de laranja, presunto frito, torradas e café.
Estava na primeira fila.

Estava na frente de combate por acordo mútuo.
(Era demais o que estavam a fazer).
Deixava a roupa colada ao corpo.
Mandava ao rei as presas dos leões-marinhos.

Era o tratado imutável.
Mostrava os portões para o edifício dos entretenimentos.
Havia lugar disponível na praça em frente das escadarias.
Tinha o coração na estrada real permanentemente à espera.

Adeu Brado entregava as cabeças por estafeta na hora exacta.
Não era esse dia todo o inverno.















14
Era a melhor estação propriamente.
Tinha o futuro debaixo do betão.
Adivinhava a alma do tempo.
Tremia de medo atrás do pano.

Tinha a paz na vertente norte.
Tinha cara de salpicão do lado do avesso.
Tinha a conta para pagar.
Tinha o olho azarento.

Tinha tinta num minuto.
Lambia o sangue de inveja.
Estava refastelado no ombro de Adeu Brado cinco dias.
Estava na curva da estrada.

Estava na margem protegida.
Usava grandes óculos dentro da barreira para ver melhor.
Estava bem na gaiola.
Abria a torneira para vazar o tanque.

Estava longe da casa para o jantar das oito.
Pairavam dúvidas por força das três gargantas.
Tinha de pagar as propinas às nove da noite.
Tinha de sair mesmo.

Estava confortavelmente a ver as cinco raparigas.
Tinha a última de tubarão da meia-noite.
Os espanhóis davam razão dentro de casa.
Comprava bandeiras da pátria.

Estava o bem-aventurado amarrado às pernas
Na graça do Senhor.


















15
Tinha cheiro de cavalo a sola do sapato.
Havia papelinhos rasgados na mesinha de cabeceira.
(Está feito o balanço).
Partiam tiros.

Estava alta a gadanha da morte,
Estava bem visível.
Decorria o torneio dos conjurados da assembleia.
Estava o território virado para o entardecer.

Comia os ovos das galinhas do quintal da assembleia.
Tinha o orçamento as três principais contas:
As guerreiras, as foleiras, as armeiras.
Havia um titulado de bico fechado e muita gratidão.

Estava o número máximo a muitos anos luz.
Havia limão na fase habitual.
Tinha de repente as cinco estrelas da tarde em cima dos paus.
Verificava Adeu Brado a capa do orçamento três vezes.

Estava em terra de giestas, de cabras e lobos.
Havia às vezes peixe para tubarões.



















16
Tinha os olhos bem abertos.
Tinha um ritmo próprio de estrela cadente.
Estavam os papéis azuis no mesmo sítio em cima da mesa.
Chegava uma carta de longe,

Desciam as sobrantes as mil linhas da montanha.
Disparavam as pedras da rua possivelmente ao pôr-do-sol.
Havia violas e violinos.
Estava a cinco dias da noite.

Ia de chinelos.
Estava com o pai um dia depois da morte.
Tinha uma flor roxa na secretária.
Descia a mãe as escadinhas.

Tinha o nome bem apertado na cabeça.
Tinha a espada um fio de sangue.
Tinha os cabelos brancos do pai.
Tinha a camisa rasgada apenas com os dedos.

Era verão.
(Ah, bem)!
Estava o candeeiro apagado por dentro da janela.
Descia a muralha da assembleia.

(Vão todos morrer).
Havia pedras secas contra as muralhas.
Tinha o pai a aparência do oceano.
Estava morto no espelho do muro.
















17
Subia as escadas do sol.
Corria água dolorosa.
Tinha esmolas na prateleira.
Tinha as persianas fechadas.

Tinha uma rodada extra de café.
Atravessava o muro vários pontos críticos da assembleia.
Tinha riscos às nove horas.
Tinha as garras no sítio crítico.

O fogo era atiçado perto dos ossos.
Tinha a garganta afiada na ponta de um osso.
Tinha as garras partidas na carne.
Havia o efeito da luz sobre os cães,

Os brócolos e as batatas cozidas,
Os alfinetes, os peixes e as éguas.
Havia canadas cheias de funcho.
Brincavam as almas ao fim do dia.

Tinham os assassinos uma armadilha mortífera.
(Vou-te ao focinho, cara de cão).
Pairava na praça o cheiro das moscas.
Tinha sede.

Mastigavam carne trezentos dentes.
Invernava para lá da montanha.
Os olhos espantavam a língua.
A luz abria uma brecha no mar.


18
Tinha os dentes presos na garganta.
Tinha um dia contra o outro.
Percebia o juiz a presidente.
Tinha os parentes a pensar nisso.

Estava o pai no caminho dele,
Estava ferido na barraca, deitado no chão de laje.
Tinha lombrigas o parente infeliz.
Tinha o juiz treze horas para encontrar a saída do sono.

Abria o pai os buracos da vala.
Havia intervalos de vinte e duas horas.
Era vertical o muro das gravatas.
Tinha os ferrolhos no trinco,

Terreno para vender na praça.
Havia armadilhas à luz do dia.
O velho tomava ar.
Acabava a última gota de água.

Força de guerra e peixe.
Tinha o coração da guerra.
Tinha a luz feroz em cima da cabeça.
Branco e negro forjado.

















19
Estava dias inteiros na esquina guarani.
Entranhava o frio o muro negro.
Estava a terra molhada.
Tinha festa dois dias.

Estava a cena vermelha.
Tinha o emprego na praça.
Tinha um ponto bem distante.
Subia as escadas para vender grandes valores.

Tinha os dedos entalados na porta estrondosamente.
Tinha de avisar os presentes urgentemente.
Tinha de chegar à montanha das cordas.
Lavava os copos.

Lavava os copos e as chávenas.
Lavava o prato da sopa e depois descansava um pouco.
Arrebentavam os canhões estrondosamente.
Estavam as barcas à venda.

Tinha os dados bem lançados na praça.
Tinha o cheiro da pimenta preferência.
Tinha brilhantes pensamentos de cinco em cinco minutos,
Milímetros atrás da casa.

Havia sentinelas no cabo de cima da escadaria.
Entrava na galeria dos cem.
Havia frescas do orvalho.
Dormia encostado onze dias.

Estava no fim do mundo.
Tinha as calças rotas numa caixa de ferro.

















20
Partia da luz a mais fina memória.
Tinha a consciência da luz.
(Não chores).
Descia a doença para o dia.

Um nervo transgredia o cérebro.
Tinha as mãos numa azinheira.
Tinha vinagre para os impacientes.
Dava o juiz esforçado paletes de processos,

Descia a certeza dum degrau,
Tinha as melhores maçãs para oferecer,
Apanhava as cordas de madeira envernizada.
Variava o mês na entrada de Janeiro.

Morria lentamente a mulher extravagante,
Tinha na mesinha de cabeceira o cheiro dos remédios,
Tinha duas lâminas no lábio interior,
Tinha atenuantes formas de mostrar.

(Eles trazem maçãs frescas para os nervos).
Entregava a cada um dos cem funcionários o nervo ardente.
Aplicava as agravantes segundo o regulamento interno.
Descia a fila indiferente as escadas da assembleia.

Desviava o rumo da água da montanha.
O sol aquecia o muro de cimento e aço.
Tinha o terreno limpo como antigamente.
Havia redemoinhos de palavras.

Havia tufos de ervas nos edifícios laterais e nas galerias centrais.
Estavam os passantes em grande delírio.
Estava o juiz desembargador na balança do rei,
Pesava blocos de cimento para o muro,

Tinha lavado os dentes antecipadamente,
Tinha o medo às costas,
Tinha as espadas bem apuradas,
Tinha o muro de fora à venda,

Tirava de lá as madrugadas,
Espremia as baratas debaixo dos pés.
Havia uma grande algazarra na assembleia.
Esticavam os braços os tubarões.

Tirava os peixes mortos da lama.
(O que é que fazes hoje com os teus sapatos de couro)?
Tratava as formigas com óleo de fígado de bacalhau.
Havia na manhã seguinte uma prancha de ferro com umas rodas apropriadas.





















21
Tinha o braço no ar armado.
Havia trinta fileiras na montanha.
Tinha vinho e água, ouvidos e mãos.
Tinha vinte e cinco palavras para dizer.

Tinha sementes no frio.
Distribuía casas na praça.
Havia galos e galinhas para dar de comer.
Tinha a navalha aberta.

(Ah! Desgraçado)!
Havia espécies ultramarinas no prédio vertical.
Tinha a mão na porta para entrar.
Voavam espadas à velocidade de raios.

Estavam as folhas arrumadas, alisadas, amarradas, furadas.
Havia leões e raposas nas rodas dos aviões.
Tinham os narizes espetados para o ar.
Estava o ferro em brasa na forja do ferreiro.

Era um espeto do inferno.
(Sua bênção, senhor, meu pai).
Estava muitas vezes aberto à facada.
Aliviava o nervosismo pitada de pimenta.

Descia a escada da ilusão.



















22
Tinham as cabeleiras artesanais fios de cobre.
Esperam as mulheres na porta superior.
Estava a presidente na arena,
Dava dois tiros na sala adjacente.

Era visível o grupo de pedras na pedra do degrau,
O bico do fogão, águas paradas, o isqueiro.
(Senhor, ainda não é hora de tomar chá).
Mudava a letra do papel.

Calcorreava as folhas com muita atenção.
Andava de lápis a apontar com a devida vénia.
Enviava papéis à ordem do juiz desembargador.
Havia olhos de vidro e fresca água,

-----Espelhos e facas.
Tinham os miolos de fora as casas da praça.
(Casas sim, barracas não).
(A nossa mão depois do muro).

Tinha ao longe a casa da montanha.
Tinha as encomendas numas caixas de papelão.
Pegava fogo às encomendas.
(O mês de Março trás mortalhas).

Tinha um nervo torcido,
Vinte martelos e duas chaves.














23
Tinha os números virados do avesso.
Havia na estrada dois blocos de pedra.
Apertava o vento debaixo das escadas.
Rasgava o vento trinta redes.

Tinha o coração quebrado.
Tinha o casaco a meia haste.
Estava abaixo de cão.
Esperava dois dias.

Tinha as articulações muito verdes.
Tinha o depósito cheio de água
Para limpar as janelas.
Tinha as ventoinhas bem oleadas.

Estavam as escadas no sítio certo.
Tinha a espinha uma montanha de moléculas.
Estava voltado de pernas para o ar.
Estavam as lâmpadas acesas na hora do embate.

Estavam as linhas de comboio ligadas ao país.
Tinha vinte cartas escritas.
Tinha a estrada duas caras,
Um olho de ferro, treze espadas e vinte punhais.

Ia o depósito de água para as escadas.
(Fique bem, senhor presidente).
Tinha o espanhol o espaço primeiro.
(Boa viagem).

Cansado da luta nem olhava.














24
Batia o sol em minúscula parte da gata.
Tinha as pernas de volta da alma.
(Ah! Dar os bigodes por penhor).
Estava o monte à venda.

Escapava à voz a montanha parida.
Era outra cidade e outra praça lá nas rochas.
Era preciso a minha alma partir para longe.
Tinha os dentes partidos,

Tinha a dúvida de boi pensante,
Estava na estrada das profecias.
(A escrita enviuvou).
(Na próxima não entras nesse bar).

Tinha os nervos no horizonte,
Na ponta do lobo.
O pai estava num sítio especial.
O mar tinha ondas de oito e dez metros.

Era o pai acalcado numa mesa de pedra.
Tinha a montanha cordas vivas.
Estava o espelho entre as janelas.
Estavam os montes à volta cobertos de betão.

Estava orgulhoso da venda dos cestos de palha.
(Bom dia, como vai)?
Nadavam peixes nas escadas.















25
Era o dia desmesurado.
Tinha a conta no forro interior.
Atravessava o viajante a montanha.
(Bem-haja)!

Tinha o processo em andamento.
Corria água por canais especiais.
Tinha os ferros quentes.
Estava a cruz na sexta esquina.

Estava em casa.
Depenicava uma pomba e um corvo.
O corvo queria outra coisa.
Estava a cem metros,

A ver todas as práticas.
Estava o corvo no jardim a uma distância conveniente.
Levantavam voo vinte pombas para cima das árvores.
Era feia a gritaria,

Estava voltada ao sol.
(É muito vertical a tua razão).
Vinha o sol daquele ponto onde estava o corvo esperto.
Havia pinheiros mansos plantados nas escadas laterais.

Voavam as pombas para as árvores atrás do refúgio
E o corvo ficava apertado contra a parede.
Estranhava o degrau muitas mãos cortadas.
(Não estás a ver muito bem como as coisas vão ficar).

Tinha dentes escavados na terra numa toca de bicho.
Tinha um ferrolho de cão.





















26
Tinha os cornos inteiriçados na toca do mafarrico.
Tinha o alcatraz as mãos dobradas para cima.
Tinha a mulher as ventas partidas.
Havia azuis negros na terra.

Havia pedras aparelhadas para enterrar.
(Bons olhos a vejam, e boas festas).
(Ali, caramba)!
Depois a chuva.

(Olha, a chuva)!
Estavam molhados os terrenos.
Estavam molhadas as roupas.
(Está frio).

Entrava frio em casa.
Estavam as persianas abertas.
Tinha as mãos abertas.
Havia força de gente debaixo das arcadas.

Entrava água nos sapatos.
Abarrotava a secretária de papéis.
Estavam os gatos muito bem entretidos
Contra os ratos na madeira carcomida.

Havia esqueletos e caveiras,
Cem funcionários,
Cem participantes.
Tinha um lápis na mão,


Uma dúzia de olhos,
Os espelhos entre as partes.
(Ninguém nos vê).
Tinha a voz azul.

















27
Havia muita gente pendurada.
Tinha a espanhola cara de parafuso,
Atirava pedras da calçada,
Tinha um gancho e esfolava caras,

Tinha os cães amarrados o dia inteiro.
Havia a rubra montanha do silêncio.
(Conheço teu pai).
Tinha a testemunha os cavos olhos fora do nariz,

Ia para o guichet na outra ponta do edifício,
Enchia treze dias de trabalho consecutivos.
Estava o fundo do poço limpo das correntes subterrâneas.
Havia uma pedra de gelo na porta do corredor principal.

Tinha o coração em fogo.
Tinha a manga rasgada.
Tinha a bola de borracha.
Estava no calor do jogo de manhã à noite.

Tinha a voz aparelhada.
Tinha uma porta para entrar.
(Temos duas secretárias para alguém como ele).
Tinha dúvidas para explicar.










28
(A vergasta abate a dor).
Abria as olheiras para o emprego.
Tinha o coração em descanso.
Era útil o segundo da primeira fila.

Estava a praça serena.
(Ora, vens ou não vens)?
Tinha uma genuína pele de carneiro.
Era a voz da assembleia muito bem apreciada.

Construía mais cinco galerias de uma assentada.
Tinha disponibilidade para vender.
Esperavam os juízes os currículos para entregar.
Estava o nome pregado na placa de bronze.

(São voluntários).
(Alguém faz ameaças).








29
(A aparatosa queda da árvore velha).
Comia o gato a língua de um nigromante.
Estava ali o vento entre a palha,
Estava ali a voz na corda bamba.

No fosso atrás do muro
Havia a corda da montanha e o trono do par imperial.
Tinha os lábios em posição de beicinho.
Tinha o gosto das groselhas e das amoras silvestres.

Tinha o maçarico para romper o aço.
Mostrava o nigromante o espectáculo.
Tinha cinco caixas de licor.
Havia ali no alto uma casa amarela.

Tinha os olhos na estrada principal.
Havia vinte e sete olhos espalhados pela praça.
Tinha os pêlos arrepiados.
Era duvidosa a melhor oferta.

Tinha a caixa embutido especial e grandes molas.
Tinha os olhos injectados com água do diabo.
Escavava o chão para tirar três barras de ouro.
Era verão e os gatos estavam à solta.



30
Rasgado na frente do silêncio
Foi o último castanheiro da alameda vendido a estranhos.
Enchia a praça de gente depois da chuva.
Andavam os cães às canelas das pessoas.

Amainava o vento e o mar parecia azeite,
Tão tolo de manso.
Era cada vez mais tarde o efeito da água.
Não estava o frio programado.

Buscavam agasalhos.
Entrava o vento pelas gretas e o gelo arrebentava as paredes.
Tinha o muro um aviso impenetrável para defesa do terreno adjacente.
Vinha a tormenta do sul.

Havia olhos de bicho
Na floresta dos peixes e dos bichos pau.
Ninguém emprestava trezentos.
Estava o nevoeiro despido.

Encontraram a árvore do feitiço.
Passava a onda de sangue por cima do muro.
Atacavam as abelhas os participantes da assembleia.
(Temos armas letais)!

Tinha o vizinho as solas rotas.
Caminhava pelo maciço central.















31
-------------Explodia a caldeira.
Tinha muita esperança.
Tinha a voz bem clara numa estreita passagem.
Tinha o pai a última obrigação.

Estava na beira da cama.
Corria para o muro.
Descia do palco e entrava no quarto.
Estava aferrolhado numa escada.

Esperava na galeria da frente.
Espreitava as gavetas do quarto.
(Pode voltar outro dia).
Tinha as despesas pagas.

No miolo do espelho
Havia muita vigilância.
Tinha despesa malina
O terceiro processo de encaixe.

Percorria os sete cantos da estrada.
Estava fechada a porta do rio.
Havia a casa de refúgio.
Estavam os pacientes sem um cêntimo.

Estavam as escadas roídas.
Tinha as mãos cheias de terra molhada.
Chegava à montanha.


















32
Havia verdes amoras,
Lua de vinte e sete.
Estava a prisão aberta.
Caía água da chuva lá dentro.

Terminava a pedra do centro.
Descansava esforçadamente.
Voava um pássaro em contraluz.
Tinha elevadas notas nos degraus da escada.

(Vou num pé e venho noutro).
Caía a chuva muito forte
Muito à frente da fila.
Era feio o tal buraco no tecto.

Somava o efeito do sofrimento.
Havia diferença numa pequena cadeia de pequenas acções.
Deixava os pacientes.
Tinha notas de leitura coladas na porta da frente.

Tinha a carreira das índias.
Tinha o coração nas mãos.
(Filhos, não esperem).
Espantava os pequenos falantes.

Centralizava os canais para dentro.







33
--------------Eram vésperas.
Estava a diferença na ponta da muralha.
Experimentava o coração defeituoso.
Anunciava a esperança mínima.

Estava a muralha a treze palmos do chão.
Estava o bloco de betão na vertical.
Estava ao nascer do sol em frente do portão.
Molhava os pés na muralha.

Tinha um forno mágico
Nas traseiras da assembleia.
Levava muitas pedras de cal viva.
Iam os mensageiros no carro de fogo.

Derretia o ouro no meio dos ladrilhos.
Tinha uma linha de pesca para sentir abalos.
Tinha a voz da lua.




















34
Cheirava o cachorro à porta.
Tinha pela frente muita tarde de calor.
Jorrava fartura de água para a rua.
Tinha de dizer alguma coisa aos senhores depositantes.

Tinha as mãos numa verdadeira tremura.
Havia ondas de cinco vagas no verão.
Estava à meia-noite sentado na estrada.
Mergulhava em águas profundas.

Esperava dias inteiros pela ambulância.
Esperava as melhores notas de dólar.
(O Senhor dê esperança aos outros).
Tinha a cabeça dentro da carcaça.

Tinha seguro de estrada.
Esperava muitos meses no caminho.
Era a vitória total.
Ia naquela jangada de fumo.

Mostrava os passos técnicos.
Trazia a bandeira o paciente.
(Levamos as espinhas e as melhores sementes).
Subia para a galeria.

Chegava a batalha ao fim.





















35
Tinha a viseira abissal.
Tinha a enigmática hora.
Ela avisava ele.
Tinha ele uma casca na boca e um açaimo de cão.

Tinha o destino dos livros.
Chegava o inverno e um grande mistério divino.
Tinha água de canela e remédio de urtigas.
Tinha o nosso menino rosto de anjo.

Afastava a palavra do degrau.
Existiam cinco espanhóis por causa do prejuízo.
Subia os degraus velozmente uma leva de aprendizes,
Vinha um tipo atrás deles com mão de ferro.

Tomava os medicamentos correctamente.
Estavam felizmente todos de boa saúde.
Oferecia a montanha metade do preço.
Vendiam flores muito tempo.

Tinha a lástima do número.
(Estás assim porque não percebeste nada).
Tinha a voz um valor residual.






36
Havia pingos maiores que pegadas.
Estava perdido o mais morto de todos.
Descia a ventania as escadas.
Havia trezentos vigilantes nas varandas.

(Desçam as escadas com as vossas armas).
Tinha a escrevente rasgado os volumes.
Assentava tijolos irremediavelmente.
(Foram vocês)!

Era o vento manhoso muito versátil.
Tinha a máquina das senhas.
(Entrem para dentro).
Deixava a casa o homem brioso.

Furava o meteoro a orelha.
Esfregava na cara o pó da sala.
Apanhava a doença das formigas.
Tinha uma pedra vermelha.

Tinha um pau de montar bichos.
(Sinto-me na corda bamba).
Tremelicavam os beiços.
Tinha cachos nas orelhas.

(Quem sois vós, almas do diabo)?















37
Desviava as vacas das vacarias.
Desviava os cavalos das cavalariças.
Corria água pelas ladeiras até ao rio.
Fechava o espaço para lá da muralha.

Tinha os pés doridos.
Eram as cadeiras para uns.
Tinha ferro na terceira porta.
Tinha cinco canas.

Guardava as fronteiras.
Mordia as canelas o cão.
Tinha dentes limpos.
Mastigava pastilhas de hortelã.

Entrava uma guerra naquela casa.
Guardava a fonte cruzada.
Havia duas rosas no cemitério.
Descia a praça para ver as mulheres.

Subia ao muro, atirava laranjas.
Tinha um pé partido.
Tinha os pés descalços.
(Perdi as botas).

Havia jacarés fora das balanças.
Tinha a roseira-fogo vinhas do cão.
Era a madrugada prisioneira.
(Prova tu).

Vogava o balão sobre o gelo.
Caíam cordas pelas janelas.
Estava o verão estranhamente parado.
Tinha as mãos no papel.




















38
Corriam trinta na estrada cheia de peixes-reis.
Havia caranguejos na margem da ribeira.
Havia limão para os cabelos.
Havia uma árvore no fim da praça.

Estava o peso das rodas na boleia.
Vigiava o caminho de cima do muro.
Tinha a voz nas galegas.
Tinha a morta um número.

Tinha no peito uma bala.
Tinha lixo na estrada.
Vinham os peixes dos canaviais.
Tinha sangue na terceira veia.

Havia panelas de água a ferver.
Tinha uma aranha de peixes.
Tinha o espectro duas balas diferentes.
Subia uma coluna de peixes.

Havia ventania no ar.
Tinha o pensamento em farrapos.
Tinha a última mancha de sangue.
Guardava caixas de peixe dentro duma grade de ferro.

Havia um morto muito mal tratado na estrada.
Estava encolhido como se tivesse levado um pontapé na barriga.
Apodrecia ao sol.
O cheiro da morte fluía nas plantas.

Atendia o telemóvel naquela hora imperiosa.
Tinha mil navalhas contra.
Pousava o pé noutro degrau.
Havia ondas de pranto.

Tinha na rua aves de voo chão.
Iam almas.






















39
Havia o todo e os outros.
Havia arpões no chão,
Clarões e três gatos.
Estava a filha de fora.

Estava o marido no andar.
Tinha os haveres todos.
Estava a velha no outro andar.
Estavam os quatro por piso.

(Fechem as janelas)!
Fazia o preço dos mortos.
Fazia sacríficos de dez dias.
Carregava o andor periclitante.

Ferviam panelas de sopa e água salgada.
Tinha um prémio na estrada principal.
Havia o monopólio da estrada.
Estava o morto escondido.

Existia o juiz principal cabeça de martelo.
Calçava o general botas até ao queixo.
Havia espingardas na parte de cima do andor.
Tinha a dispensa vazia.

Havia espadas espetadas na mesa.
Fazia o juiz aquele papel,
Tinha o punhal e o fio-de-prumo.
Tinha dentes de leão.

Tinha laranjas de umbigo.
(Não te vás embora).
Estava defronte da porta.
Havia madeira do naufrágio.


















40
Havia o torcedor de ossos.
Havia o dono da fornalha.
Tinha a muralha as trancas da canalização geral.
Abria a porta eléctrica da câmara espectral.

Tinha um emblema na janela do primeiro andar.
Estava o espantalho no cinema de animação.
Estava a montanha de pedra e cal.
Havia cimento e ferro na alma do pai.

Estava a morta da estrada enrolada sobre si mesma.
Tinha os pés descalços e as roupas frescas.
Deixava a luz entrar nos anéis.
Havia uma dezena de lâminas na rua.

Havia arte e pesca nas varandas.
Estava por dentro da janela.
Tinha a língua de cinco dedos.
Passava a muralha central.

Havia administrativos na sala de espera.
Estava a morta ao alcance de qualquer um.







41
Tinha de ver as pás dos moinhos.
Tinha o mesário as costas carregadas.
Aprendia na mira do espírito.
Descia o peso da montanha.

Tinha um peso duvidoso.
Estava na frente marinha.
Tinha os desvelos do pai.
Estavam os cães raivosos na praça maior.

Era tarde de verão.
Tinha uma nódoa negra.
Saía para a estrada.
Montava um carro de madeira,

Tinha trinta caixas de esferas.
(Um dia não posso e tudo tem de virar para ali).
Tinha a criatura dentes de carneiro.
Tirava as cortinas roxas das janelas.

Acrescentava peso ao valor.
Espetava a unha.
Havia ouriços-do-mar em terra.
Havia vinte e três varas no ponto de passagem.

















42
Tinha música no centro da pedra.
Caía sombra dos ramos das árvores,
Havia amoras maduras.
Estava o mito numa gaiola de pássaro.

Estavam os passageiros quilómetros à frente.
Estava a branca em casa.
Tinha retractos escondidos.
Tinha a dúvida da lua.

Pagava multas.
(Matai gatos e cães)!
Dividia a terça e a quarta.
Tinha gelo à volta da garganta.

Comia o macaco a tangerina.
Levava a macaca o bebé agarrado à barriga.
Tinha o lenço branco na sala secreta.
Estava o expectante na escada de fora.

Havia água e esqueletos nos túneis.
Havia velório do morto e da morta.
Havia o brilho da madeira.
Havia flores raras.

Era na primavera.
Dava um pequeno passo no degrau.
Tinha serpentes no vaso.
Tinha fósforo para queimar.

Amarrava a vaca à estaca.
Pagava a multa do precipício.


















43
Bebia água contra o céu-da-boca.
Caía chuva no precipício.
Tinha Abreu Lima ferros nas janelas.
Havia rosas de amor distante.

Tinha balanças de pesar contas na segunda fila.
(É verde! Senão, é rosa).
Atirava a chave janela fora.
Era vinagre meio campo.

Tinha a roupa em cima da cómoda.
Havia luz no perímetro da janela.
Deixava o brilho da muralha.

Comiam os cães sem ressentimentos
Estava abraçado à alma.

















44
Tinha as cartas na mesa
Fora as que esperava.
Virava para o estremo.
Guardava a mesa do espelho.

Estava melhor no muro.
Tinha um sinal de morte
Na testa e na língua.
Ia para o balcão de cima.

Ia para o andar de cima.
Passava na forja.
Ia em trânsito para a galeria.
Enviava cartas empinadas.

Acendia fogo na cama dos cem.
Tinha o arquitecto os pés amarrados.
Tinha o coração numa bola de sabão.
Dançava na varanda do prédio.

Somavam os vinte e cinco trinta e sete.
(Agora é melhor).
Esticava um milímetro de nada para atender.
Tinha o discurso quatro sinais.

Ouvia a chuva.
(Tenho uma bola de fogo).
Havia resmas de papéis.
Havia chapéus de feltro.

Havia laranjas fora do lume.
(Estás de fora)
Tinha os braços abertos no degrau de cima.
Tinha ferros minimamente diferentes.

(Desçam os pés).
Estava na galeria em fila permanentemente.
(Amarrem mais forte).
Havia uma força constante para alargar.




















45
Estava o diabo morto no trapézio.
Tinha o cavalo sede na manobra do voo.
Havia vidros partidos na beira da estrada.
Trespassava a luz duas ruas e dois quartos e rasgava o cerco.

Tinha o ladrão uma pinça nas ruas da praça,
Caçava cavalos.
Tinha bolas de fumo para enervar.
Tinha cartas para levar.

Abatiam cinco presos.
Tinha uma mão atrás das costas.
Tinha peitos de ferro.
Tinha de estar em repouso.

(Trata disso com muito cuidado).
Estava o guardador de facas de olhos fechados.
Tinha o coração na garganta.
Estava a serpente na borda da estrada com uma sede terrível.

Havia um ponto espalmado na sala grande.
Estava o ambiente vazio.
Estava pendurado na corda da montanha.
Tinha o garajau na lata.

Estava o risco à frente do nariz quatro palmos.
Tinha mil caras rancorosas.
Havia cordas da montanha para prender eternamente.
Tinha vinho de arroz.

Estava na mira da muralha.
(Não podeis avançar sem pedir licença).
Havia mil moinhos ao ritmo das estrelas.


















46
(Ora, nessa arma não se põem bombas).
Vinham as espadas daquele armeiro à uma da tarde.
O taco de bola era uma mudada.
Apertava a garganta sem fôlego.

(Cabeça d’alho)!
Era no começo um rio anterior.
Mudavam os rios no verão.
Tinha uma peça na parede para uma terra distante.

Tinha rancor.
Tinha a voz na estrada do norte.
Tinha os queixos partidos a sangrar como um porco.
Tinha molas no nariz.

Estava o chão cheio de fezes de cavalo.
Havia um boi de meia tonelada muito valente.
Trancava bengalas nas janelas todos os dias.
Tinha a espada dos mártires.

Macacos vorazes comiam bananas.
Havia na estrada da praça
Um cavalo com as patas partidas.
Ia para as montanhas geladas.

Levava mantas contra o frio.







47
Era a maneira umbilical da pedra.
Havia uma armadilha antes da carta.
Tinha o rei nu a cara angustiada.
Aguardavam os parentes próximos.

Entregavam os velhos ao balcão.
Voltava a cadeira ao posto de comando.
Havia antecedência na cadeira do meio.
Fugiam os bem-aventurados sem remorsos.

Tinha a circunferência partida.
Pendia a caveira duma janela em bico
Na véspera de guerra.
Espevitava a chama com o coração.

Havia distância nos quadrantes.
(Ela deu a chave na mão).
Tinha a espada cruzada no peito aberto.
Estava o último no corredor da assembleia.














48
Tinha caixas de pontas para esmagar.
(Os outros não chegaram).
Era urgente a missiva.
Tinha as páginas em versão informática.

Vendia as quintas da montanha a leste.
Esperava vitória no verão.
Emprestava algum de imediato.
Tinha as janelas abertas para arejar.

Vinha muito frio de lá de fora.
Tremia de frio na beira da estrada.
Levava o anjo bom a parte do arcanjo.
Estavam os doentes nos corredores,

Em camas muito limpas.
Precisava o coração de ar.
Tinha a navalha aberta para cortar pele.
Tinha a centrifugadora de disparo automático.

Tocava viola de olhos vermelhos.
Tinha os olhos na estrada.
(Vai para ali,
Como tens a montanha atrás de ti,

Traz também a muralha).
Tinha no escritório folhas numeradas para conferir.
(De degrau em degrau avanço com a espada).
Emprestava dinheiro a um terço da razão.

Subia a escada de pedra,
A água refrescava.
Afrontava o diabo o número nove.
Encostava à parede.

















49
Dava na cabeça o nome dela.
Havia telhas no campo principal.
Vazava uma torneira d’água
Na parte de cima da casa.

Estava uma laranja descascada no chão.
Tinham os cinco arcanjos desenhos equivalentes.
Tinha o príncipe dos anjos os olhos na garganta.
(Ando farto da estrada).

Aquecia a casa na versão moderna.
Estavam os vinte deitados de barriga para o ar.
Depenava galinhas nas horas vagas
Para a festa das vinte virtudes.

Estava a casa voltada para as escadas.
Tinha os dentes nas janelas.
Levava a inveja a letra dourada.
Cumpria o verão o inverno.

Dava a luz fugaz calor em casa.
Tinham os anjos as suas contendas.
Ia a cortada para a lateral.
Dava o bolo aos anjos e arcanjos.

(Providenciem)!
Tinha as ventas abertas para o ar entrar.








50
Tinha o guerreiro as mãos ocupadas.
Ouvia vinte vezes as mesmas palavras.
(Empala o gajo na ponta dum forcão)!
Tinha a presidente os dentes na prancha de surf.

Tinha o boy o retracto no cabeçalho.
Eram os prescientes os anjos.
Dava o risco direito.
Tinha água no risco.

Crescia na praça principal a experiência dos galos.
Tinha duas orelhas de gato.
Tinha o corredor as janelas abertas.
Tinha o vento encanado efeitos estranhos.

Levava o aparelho lastimável.
(Temos cerca de mil).
Eram negros os tambores de pele de cabra.














51
Estava um com o olho negro caído à entrada da praça.
Havia pesar pelos mortos.
(Bom dia)!
Fritava o velho rissóis na cozinha,

Tinha a faca apontada ao coração,
Tinha penas de avestruz no chapéu.
Crescia uma vinha em cima da muralha.
Amarravam na praça as cordas da montanha.

Tinham os assassinos as gargantas infectadas.
Brigava para ter o melhor lugar.
Contra os cem da galeria central
Chegavam os anjos nas asas de grandes patos negros,

Aterravam na água parada dos pântanos,
Vinham das quatro direcções do inferno.
Fugiam as minhocas mensageiras para os esconderijos.
Havia carapaus para as almas penduradas.

Vendia relógios a preço chinês.
Tinha a tranca e a retranca a subir para o verão.
(Vou por aí).
Havia inevitavelmente ácido no café.

Tinha o carro muito longe.
Tinha azeite ideal para os mortos abandonados nas estações.
Tinha a perna podre, o nariz e os olhos comidos pelos cães.
Dava para a estrada a luz da montanha.

Dava a ferrugem cabo do joelho.
Catava pulgas e cortava pescoços de galos.
Dava esmolas para não gastar tanta carne.
Fossavam os javalis nas terras estrumadas fora da estrada.

















52
Tinha um anjo a guitarra debaixo da língua.
Tinha na mão menina as ruas labregas.
Estavam os parasitas na segunda parte.
Estava fresco e tinha os telhados levantados.

Ia a cavalo na mesa de madeira
Menos o filho do malhão.
(Mãos para trás da cabeça)!
Esperava receber um cêntimo.

Havia por cima do degrau um sinal.
Tinha muita barba rija dum dia para o outro.
Tinha de ficar até ver.
(Não há mal nenhum).

Tinha a fechadura da porta cinco estrelas.
Estava na fila de trânsito.
Estava na varanda da árvore.
Trazia o anel de juiz instrutor.

Estava o cavalo no atrelado.
Virava o coração para o lado.
Havia obras de arte na estrada
A um certo ritmo.





53
Havia fuga de cães na primavera.
Estava o arco de vimes à saída.
Tinha vantagem na segunda ou sexta.
Tinha as mãos nos dentes.

Estava a montanha virada para o percurso principal.
Tinha os dentes pregados.
Tinha a casa vermelha água de amêndoas.
Prendia o queixo na água.

Os nervos amarravam as fontes.
Deitava sangue fora.
(Tens de ver).
Ia a paciência no comboio cheio
----------------de cheiro nauseabundos e sujo de fezes humanas já seca, castanha.

Os nervos ------------- esterco de gente no comboio, nalgum ponto cheio de palha e centos de mortos.
Estavam os mortos nus para chegar a algum lugar.
Abriam as portas de barriga para o ar.
(O que vês? O que ouves)?

Vinham eles a rir pelo passeio soalheiro.
Havia quilos de cera para queimar.
Saltavam os macacos na estrada.
Afocinhavam os javalis na terra.



54
Tinha laranjas para os visitantes.
Tinha o comboio a tripla caverna.
Dava a lâmina a Abreu Lima.
(É melhor mandar vir as revistas).

Tinha uma dúzia de dentes de elefante.
(Metemo-los na camioneta e descemos as escadas velozmente).
Estava de acordo e via a estrela polar no cimo da escada.
(É tempo de resgatar).

(Não temos pão para o inverno).
Tinham as mulheres os joelhos esfolados.
Virava para fora depois de agosto.
Havia o costume do guichet.

Restava a chuva de marte.
Baixavam os queixos dos mortos os babosos.
Secava bacalhau na rampa.
Estavam os motores a trabalhar para partir.

Tinha o morto seco dois mamelões na cabeça.
Fritava fatias de carne seca.
Nas intermináveis conversas era não.
Pegava fogo aos lençóis.

Estavam laranjas na fruteira.

55
Estava à vontade.
Tinha duas esmeraldas no véu de seda.
Cremava os cadáveres do combóio pela razão da fé.
Tinha as orelhas molhadas.

Tinha o manto escuro para oferecer.
Tinha os destroços nas orelhas,
As trinta escadas da praça,
As vinte da assembleia.

Havia a escada de mármore da montanha.
Andavam trinta dias num instante.
Estavam os prescientes em falta.
Tinha na sombra vinte cargas de dinamite.

(Era melhor não estar a perder).
Chovia na cadeira.
Estava a perder o olfacto.
Tinha o morto orelhas de cavalo.

Tinha Abreu Lima uma faca escondida.
Tinha a garganta separada.
Tinha o beijo da fé.
Ia no comboio o cheiro clandestino.

Infectavam as fezes a fé.
Havia uma piscina de água quente na praça.
Tinha as asas do sol ao nível do comboio.
Tinha uma coleira atrás da porta.








56
Havia sopa de funcho no combóio.
Estava no caminho do cemitério.
Abria a porta de estar.
(Tenho de ir para aí).

Havia a quinta galeria.
Estavam os sobreviventes a um dia dali.
(Fora do mar não há terra).
Tinha dor nos calcanhares.

Tinha uma grelha de ideias.
Tinha petróleo para vender.
Tinha as pernas partidas.
Havia sabonetes cheirosos fora da área hospitalar.

Havia cadáveres limpos.
Havia cadeiras bem limpas nos corredores.
Tinha os cabelos grisalhos e os óculos de sol para vender.










57
Tinha a chave a sangrar.
Havia uvas a vender.
Tinha os olhos muito abertos.
Tinha os olhos meio apagados.

Havia dois luzeiros no meio da colina.
Estava a cabeleira do juiz pendurada.
(É um arrazoado de asneiras,
Troco o melhor por uma sela).

Havia baldes de água gelada.
Tinha sete mandatos em branco.
Bebia água de cana verde.
Estavam os elefantes fora das borboletas.

Havia o centro nevrálgico da muralha para o projector.
(Vão lá para cima).
Estava o zero muito limpo.





60
Tinha a pedra de casa pela terceira vez.
Ganhava nome a substância da pedra.
Havia rodas de ferro no jardim e pombas na muralha.
Tinha canários nos dentes.

Tinha pão de aveia para os cavalos.
Havia cadeiras emprestadas nas galerias.
Uma era taré e outra tinha a mão no pé.
(São as portadas do inferno).

Iam as gatas na parte de cima da carruagem.
Tinha o cão os dentes partidos.
Estavam os cadáveres do comboio muito secos para alugar.
Passava o cadáver dos espelhos por uma porta.

Tinha um caranguejo para espremer.
Havia a bela dona.
Tinha a prisoneira o número de casa.
Separava os olhos da aparência.

Tinha o corpo fechado.
Era um monte de esterco.
Caía o gelo sobre as casas.
(Os prescientes estão mesmo desconfortáveis).

Levava uma picada de abelha na língua.

















61
Apertava os parafusos da carranca.
Havia a frente fria no jardim da praça.
O degrau dava de si.
Era o embaixador Abreu Lima omnipresente.

Tinha a corda pendurada na vertente norte da montanha.
Havia milhares de bolas de prata.
Tinha balas contra na qualidade de mirone.
Havia recolha de cadáveres na rota segura.

O gelo serpenteava para lá da estrada.
O gelo partia a parte de dentro do portão estrondosamente.
Arrastava a onda monstruosa o camião dos cadáveres.
Havia vinte cães raivosos no rastro da carne.

Oprimia o vento por instantes.
Passava o ramal pelo gelo principal.
Tinham as laranjas nomes preciosos.
Era verão mas tudo era inverno.

Subia a montanha da lua.
Gelava a ventania os cabelos dos mortos.
(Não tive as melhores notícias).
(Vejo como me choras, como me procuras nos instantes possíveis).

Enviava para a carruagem as cinco prendas devastadoras.
Ela tinha o coração gelado.
Tinha os dentes aferrados.
Saía o sangue dos mortos pela porta lateral.

Partia a carruagem a qualquer momento para a montanha.
Havia medronhos e morangos na beira da estrada.
Havia uma parede de pedra no meio da carruagem.
Tinham os ferros na cabeça o cheiro de fezes secas.

Nem cheirava nem ouvia,
Pois era um de entre os mortos que iam na carruagem em direcção a ela,
A morte.
   





Fundão, 24 de Fevereiro de 2013
Fundão, 17 de Junho de 2013
Fundão, 28 de Junho de 2013
Lisboa, 11 de Julho de 2013
Lisboa, 21 de Julho de 2013
Lisboa, 22 de Julho de 2013
Lisboa, 28 de Julho de 2013
Lisboa, 30 de Julho de 2013
Lisboa, 5 de Agosto de 2013