Saturday, May 31, 2008

ver e traduzir

ver e traduzir as cores e sons
nas palavras duradouras

em forma genuína
grafias nos palcos

de muito pensar o galo

de muito pensar o galo
derivou o rumo
em vez da voz perdeu o pio

estas e outras
são as descendentes

na amargura
divina comédia
dos homens

Friday, May 30, 2008

à borla gás e gasolina

à borla gás e gasolina
os tectos do mundo
a gramar

o esterco comestível
ainda numa ponta de verga
querer o minuto num segundo
interna mulher ao gosto do tempo

mais alguma pedra de ti

mais alguma pedra de ti
encontrada na esquina
por baixo do casarão
das encomendas

os espaços à venda

os espaços à venda
por preços quem sabe
a merenda
oferta gigante de dedos de fora
a mil réis o degelo
não dá por nada quem se quer merecer

após longa travessia

após longa travessia
os escaravelhos
enrolaram a bosta
de fim de semana
a primeira de entre muitas

o equilíbrio precário

O equilíbrio precário
em qualquer momento
as raias deitam a estrema unção

os papeis deitados
as escovas partidas
e o arremesso do vento na fronteira
cidades nuas
ruas escuras
e as mulheres perdidas

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Veja se percebe a diferença entre morrer e viver.
Haverá alguma coisa lá fora?


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Thursday, May 29, 2008

No principio de maio, serra da estrela: penhas da saúde; nave de s. antónio.

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voltas dadas

Voltas dadas à mente
sem se perceber
quantas foram.

Apenas se conta o instante presente,
na incerteza
dessa contabilidade fulminante.

Apenas um ponto estendido,
numa linha, do passado para o futuro.

a sombra dos espaços

A sombra branda dos espaços
tranfere-se para a sombra da alma
e romanticamente julgam os poetas
que o mundo acaba aqui mesmo

dum pouco se faz muito

Dum pouco se faz muito.

As rotinas dos dias
por vezes são quebradas
pela alegria simples
de vozes e gestos
daqueles que são
o que são.

nalguns espaços verdes

Nalguns espaços verdes,
entre montanhas isoladas,
correm rios de águas fundas,
onde vivem peixes fantásticos.

E nas margens também corre a vida
das pessoas com os olhos no céu.

Estranha ironia dos tempos
novos de novas invenções,
tão distantes e tão perto.

Tempo de chegar a Marte na
Sonda extraordinária.

Daqui a pouco
o pé do homem
marca-Marte.

Tuesday, May 27, 2008

4 semanas no ninho

primeira semana:

segunda semana:


terceira semana:


quarta semana:



já acompanhados pelos pais, fora do ninho:






Publicada por Bruno Torres em 15:45
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tirado do blogue Aves de Gaiola, Covilhã




Sunday, May 25, 2008

No princípio de Maio


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Cova da Beira, giestas à beira da estrada:






Penhas da Saúde, Serra da Estrela, no princípio de Maio:







Cova da beira, a cegonha no seu ninho à beira da estrada:










Friday, May 16, 2008

é pelas coisas simples

É pelas coisas simples
que se esquecem as manhosas.
E leva tempo a aprender,
porque se não acredita na simplicidade:
é evidente demais;
está ali
e ninguém pega nela.

risos corridas gritos

risos corridas gritos
mais corridas mais gritos
escorregadelas choros
reprimendas gritos
falas palavras
bolas vermelhas
campos vento e água

de vez em quando reparamos na luz

De vez em quando reparamos na luz
a entrar, seja num sítio sombrio qualquer,
e lá está ela a recordar-nos alguma coisa de bom;
e depois juntamos à luz a cor, as cores, e os sons da natureza;
e claro, lá vem alguém a lembrar a vida:
igual à luz, igual ao som, igual à cor.

viramo-nos para trás

Viramo-nos para trás,
e o que é tudo,
está lá ao fundo, na infância.

O resto da vida não interessa nada.

Apenas momentos, anos maternais,
onde se julgava que o futuro
tinha olhos de água límpida.

agora em Maio

Agora em Maio

as giestas amarelas

são tão fortes

que doem

já me esqueci das palavras

Já me esqueci das palavras anteriores,
eram as melhores do mundo.
Tive pena em perdê-las.

Há volta da perda um dia,
poderei encontrar,
aquilo que julgava perdido.

Fosse como fosse,
todo o esforço seria pouco,
e talvez desnecessário.

Ninguém sabe o que perde,
ninguém sabe o que procura.
Talvez algum Deus misterioso,
tenha força suficiente,
para levantar nos braços,
aqueles que cortam o tempo.

Possa ele explicar,
com muita paciência,
estes caminhos
de procura e esquecimento,
estes crucifixos inexplicáveis.

Saturday, May 3, 2008

e depois do tempo

e depois
do tempo
o regresso

o pior é isto

O pior é isto: o que fazer?
O que há para fazer?
Um dia não haverá nada para fazer.

se não imitar

se não imitar não faço
se não faço não imito
se não imito não vivo
se não vivo não imito

horas antes

Thursday, May 1, 2008

as cegonhas

As cegonhas nos ninhos
nos postes à beira da estrada
tratam da família

a casa abandonada

a casa abandonada
no meio de giestas


As acácias