Tuesday, January 29, 2008

as palavras não são nada

As palavras não são nada
apenas as sombras
nascem e morrem
ao lado das paredes.

E o resto que se entenda
na mesma proporção
que a esperança na forma
de Deus a um passo da palavra.

frequentemente

Frequentemente o brilho dos olhos
torna a fechar-se e as bolas de vidro
na mesma linha de correr quebram-se
na frente dos nervos em fogo.

Quem o saber em outros lugares
preferir ao lume das mãos
em volta todo o destino é incerto.

Maduras amoras ainda
nas silvas ao trinado
dos pássaros nos galhos
os que têm a vida das almas
num ponto certo do mundo.

Friday, January 25, 2008

As fraquezas dos "voluntários" dos BV

Quando chega a hora da verdade as fraquezas ficam à vista. Hoje na televisão assisti a um intercâmbio de chamada telefónica entre alguém, penso que do INEM a pedir uma ambulância para um hospital, e uma corporação de Bombeiros Voluntários.

A surpresa instala-se quando o desgraçado do bombeiro atende do telemóvel. Acho que eram quatro da manhã e o homem parece que devia estar pelo menos em casa. O Quartel fechara à meia-noite. Não era possível ambulância nenhuma.

Mas para além dessa situação estranha, o inesperado foi a a reacção do "Chefe Máximo dos Bombeiros Nacionais" (#) a dizer que é normal uma situação dessas porque os voluntários (como são voluntários, naturalmente, digo eu, só vão até certo limite), os voluntários assim, os voluntários assado, enfim, "grandes problemas enfrentam os voluntários".

Mas o engraçado para mim foi ver essa pessoa (O Chefe Máximo Nacional) noutra altura, penso que aquando da organização do INEM e dos serviços de ambulâncias, a reivindicar para os bombeiros mais serviços de ambulâncias. Acho que esses chefes sabem que umas vezes é bom mostrar capacidade e outras que o rei vai nu. Assim é como dizer: uma no cravo outra na ferradura conforme as circunstâncias.

(#) Não fixei o nome do senhor

Tuesday, January 22, 2008

CRASH ????

Agora corre outra ameaça, e esta tem a ver com o presumível crash que se irá passar nas bolsas mundiais. Os ganhos dessas bolsas têm baixado drasticamente, tanto que os pessimistas prevêem uma depressão como a de 1929 na bolsa de Nova York, enquanto que os optimistas dizem que nem tanto.

Mas na verdade o que se pode dizer é que não há fumo sem fogo. Alguma coisa se passa nos mercados, de tal modo que os meios financeiros andam aí de antenas atentas. Oxalá que não passe apenas de palpites.

Alguma coisa de grave está para vir. O que se trata de saber é o seguinte: será possível controlar os danos de modo que não mate o paciente que é a economia global? Esperemos que sim, que haja meios. Injecções de dinheiro nos circuitos? programas ajustados à crise? ...

Saturday, January 12, 2008

pés de barro - o caso BCP


O caso BCP tem despoletado na sociedade portuguesa uma espécie de vergonha que ninguém assume. As pessoas não estão bem em si. Como é possível ter acontecido uma monstruosa montra de enganos e falsidades, onde tem assentado a pretensa seriedade do mundo dos negócios.


Tem-se verificado que nesta rede de interesses em que a nossa sociedade está montada ninguém está escapando. O mais sisudo governador do Banco de Portugal, disfarçado de grande competência e profissionalismo afinal é apenas montra de ilusão. Todos os que, pregando moralidade nos negócios, estando atulhados de lama até ao pescoço, vêm solícitos dar entrevistas às televisões a justificar porque não fiscalizaram na devida altura ou se a fiscalização que fizeram foi apenas de faz de conta.


As coisas não teriam ido tão longe se não aparecesse o espalha brasas do Joe Berardo, diga o que se disser a verdade é que ele, apesar de não ser um santo, com certeza, pôs os pontos nos is. Está toda a gente atrapalhada. Como foi possível chegar-se a uma situação em que o maior Banco privado português, descobriu-se, tem vivido numa trapalhada ao longo da sua vida. Se fossemos mais atrás até se poderia eventualmente descobrir outras coisas. É uma questão pertinente face a estes desenvolvimentos. Afinal o crescimento desse Banco foi assente em quê?


Eis o grande drama. Os nossos heróis são heróis de pouco valor. O Engenheiro Jardim Gonçalves tinha a fama de grande Banqueiro; faziam dele um génio; foram- buscá-lo-a-Espanha-para-fundar-o-Banco-exemplar-moderno-etc.. E em que assentou afinal a sua inovação? Pelos vistos nada de novo aconteceu neste País.


Por outro lado, o Governador do BP também tem sido uma espécie de herói da economia, um guru, sempre que havia previsões e crescimento, ou cálculo de défice, lá se ia ouvir a opinião abalizada do homem. Agora percebe-se que há alguma coisa que falhou na engrenagem. Percebe-se que a competência que tem alardeado tanto não passa de propaganda; tudo tem assentado em imagem, longe do âmago.


Pés de barro, apenas isso?

Friday, January 4, 2008

Raly Lisboa / Dakar


O raly Lisboa / Dakar foi cancelado. Eis mais uma desilusão. Agora que toda a gente estava preparada para enfrentar o deserto vem o golpe de misericórdia. Equipas nacionais portuguesas eram 36, entre motas, carros e camiões.


Gastou-se muito dinheiro. Foi tudo pelo esgoto.


Ameaças terroristas fizeram interromper a iniciativa. O que é estranho é a falta de informação à volta disto. Bem sabemos que nestas situações mais vale cortar o mal pela raiz e não arriscar. Talvez ficasse muito mais caro em vidas humanas do que suspendendo a prova.


Seja como for, esperemos que para o ano que vem as ameaças terroristas tenham acabado. Seja o que Deus quiser. E desta maneira é que nos entregamos nas mãos do "Senhor". Teremos confiança suficiente n'Ele? Enfim, tenhamos fé.