Saturday, December 29, 2007

O PSD e a presidência da CGD


O PSD está tontinho de todo. Onde terá aquela cabecinha do líder sido enfiada? Nalgum balde de água gelada. Já viram a escandalosa preocupação dos dirigentes laranjinhas com as cadeirinhas? No caso, a de presidente da Caixa Geral de Depósitos. É claro que o PS também não é virgem no assunto.

É incrível a capacidade de criar assuntos inúteis para discutir. A politica chega ao grau zero. Politica é preocupar-se com os problemas da sociedade. Esta guerrilha com as cadeiras dos bancos não tem qualquer substância relevante de preocupação com o bem comum, apenas transparece um egoísmo de todo o tamanho nesses dirigentes.

Digamos que ficam sem máscara de políticos e transfiguram-se em oportunistas que ali estão apenas para satisfazerem a sua gente e a si próprios. Triste espectáculo. Filipe de Menezes é uma triste figura que anda a reboque dos acontecimentos diários. E qualquer motivo serve para atirar achas para a fogueira, onde se tem queimado.

Aliado dos santanistas, com o imperdoável Gomes da Silva armado em Cavaleiro Andante a clamar vitória sobre tretas que não interessam nem ao menino Jesus, a não ser a quem, da área deles, fosse nomeado para a direcção da Caixa. Felizmente não foi o caso. Parece que vai ser nomeado Faria de Oliveira para o cargo.

É claro, a preocupação toda do PSD é com a cadeira vaga. Não se preocupa em saber se o maior banco privado português, o BCP, agora depois destas falcatruas todas que sobre ele recaíram, ou melhor, sobre os seus depositantes e toda a gente de roda dele que acreditou naquele ar confiante e crivado de santidade dos seus dirigentes, tendo à cabeça o engenheiro, ficará debilitado.

Que consequências poderá ter toda esta lama? Afinal vai ser alguém responsabilizado ou não? Vai alguém para a cadeia ou não? Não, o PSD não se preocupa com a moral, não se preocupa com a sociedade em geral, mas com questões perfeitamente marginais. Melhor para o PS. Porque não tem ninguém à altura de lhe fazer frente. Pior para nós porque ficamos descalços, sem oposição à altura das circunstâncias.

Benazir Bhutto


Benazir Bhutto foi assassinada e penso que não se irá passar nada, ou seja, ela foi colocada fora da luta politica para sempre e o mundo continua igual ao que era. O poder agora no Paquistão respira mais aliviado até que apareça outro concorrente que ponha em causa o sistema de governo encapotado de democracia de generais que governa essa mistura de gentes eivadas de radicalismos que é o Paquistão, uma autêntica armadilha colocada no meio do nosso mundo.

Afinal não estamos longe uns dos outros quando a questão atómica se coloca; quando a loucura toma conta do poder. É claro que todos se reclamam de prudência e principalmente os poderosos que conduzem os destinos de milhões de pessoas. Mas essa prudência é apenas uma máscara muitas vezes que esconde a demência total e a maldade. Esperemos que surja no Paquistão alguém ou algum movimento que finalmente consiga que pelo menos a democracia, que, até ver, não sendo o governo perfeito é o que se aproxima mais da imperfeição humana, se implante naquela terra onde os "talibans" e toda a cáfila de gente aparentada se passeia impunemente.

Wednesday, December 26, 2007

lérias

Lérias
ao mesmo tempo
árvores queimadas
todas na mira
não

os lados

Os lados apertam
ou alargam,
e se principias
por perceber
acabas por
prolongar
a pergunta,
a seguinte.

corridas

Corridas na estrada larga.
A um lado a margem,
e a outro o restante
aglomerado de chaves.
Essas permitem pensar
a longa vida dos lados.
Um dia acabam.
É a água limpa
que os destroi,
sem que possam,
sequer, aguentar
o último ataque.

A próxima estação

A próxima estação de Inverno e duas estações anteriores,
o mesmo barco e a mesma casa no coração.
A vez seguinte é a forma de seguir
a estrada anterior com os mesmos passos.
Agora já os anos pesaram e
já as águias desapareceram da paisagem,
todos os espaços foram tomados
e as casas desceram à praia.

No Inverno outra vez a nova imagem,
rigorosa talvez, mas ainda assim
não sei bem de quem,
se minha se doutro igual.

Morrerei em voz baixa,
um dia.

Saturday, December 22, 2007

ainda natal

Está toda a gente a pensar no Natal
e a tentar dentro de si banalizá-lo
mas uma casca de banana no chão
e sem se saber escorrega coração

Ou seja é preciso fazer alguma coisa
para não se ficar atrás ou não sentir
remorsos por não se dar parte de si
a alguém ou mesmo na próxima esquina
levantar quem está caído

O caso MILLENIUM/BCP


Tem sido difícil a parição do caso BCP. Aliás, nem será caso. Palavras e palavras para entender operações financeiras que nem lembra ao Diabo. Ou nem tanto. A questão é muito semelhante ao que aconteceu com a privatização do BPSM. Na altura Champalimault comprou o Banco com um empréstimo do próprio Banco. Mas ninguém se escandalizou. Depois o Banco foi vendido e naturalmente que o empréstimo terá sido liquidado e as mais valias resultantes do diferencial entre o preço de venda e o valor do empréstimo reverteu para o "benemérito" empresário que fez o "favor" de dar brilho a um Banco estatal.

O que acontece com o BCP é algo semelhante. O BCP a precisar de capital lembra-se de abrir empresas off-shore e através delas vende/compra acções. Como? As empresas (que são o BCP encapotado) pedem empréstimos ao BCP e com eles compram acções do próprio Banco. Ou seja: o dinheiro emprestado pelo Banco volta a entrar sob a forma de dinheiro fresco. Nessas operações usam nomes de pessoas como testas de ferro e a esses são perdoados milhões. É claro que não são a eles que são perdoados; são ao próprio Banco. Uma confusão. No meio da confusão alguém lucrará.

Agora os administradores foram chamados à "polícia" (Entitade Reguladora) e começam a acusar-se uns aos outros, a dar um pobre espectáculo: "Não fui eu, foi o outro" ; "Não tive informação"; "Obedecia a ordens?" O aspecto circunspecto dos banqueiros esconde a lama lá por dentro. O Banco de Portugal e o seu consensual presidente Victor Constâncio só agora acordou. Em 2004 já tinha sido levantada a borbulha, mas como tinha sido muito timidamente, o tímido Constâncio mandou para trás o Processo. Só que agora apareceu um Joe Berardo espalha brasas, que tem posto a ferro e fogo esse mundo silencioso e hipócrita dos banqueiros do BCP. E chega-se à triste conclusão, que um Banco que tinha sido gabado ao longo destes anos todos, até foi um study case em universidades, não passará duma simples Instituição que tem vingado muito à custa de cosmética e de certa maneira dum ar de modernidade que quis dar à sua marca. Na minha opinião, oxalá que o BCP sobreviva a esta grave crise e que seja na realidade o Banco que parece ser: uma Instituição forte e credível.

Thursday, December 13, 2007

O Inglês Gordon Brow


Gordon Brow

Gostei de ver Inglês chegar a Lisboa para assinar o acordo de Lisboa com aquele ar como se tudo estivesse normal. O homem não quis chegar a tempo. Teve que engolir um sapo. Tinha que vir a Lisboa. "Como conciliar as palavras com os actos?" Pensaria o homem com os seus botões. O ditador africano já se tinha ido embora, portanto, agora não havia nada a temer. Mas mesmo assim chegou tarde. Teve-se nas tintas para os outros governantes europeus. Onde estava a tão badalada pontualidade britânica? É claro, ninguém se importa. Dá a impressão que o acordo já era. Foi só mesmo para inglês ver.

Wednesday, December 12, 2007

O grande capitão

O grande capitão da equipa avançada
levava uma espada sangrenta
contra uma parede indivisível.
Como iria ele ultrapassar
os portões fechados?

Cada voz a mesma

Cada voz a mesma.
E no mesmo lado a diferença
que não havia;
a breve história
de alguém
na memória atribulada.

por fim nada

Por fim nada!
Cada lugar diferente.
E na mesma bagagem
alguém há-de encontrar
o sonho que restou.

Tuesday, December 11, 2007

ISALTINO DE MORAIS - O tal



Isaltino de Morais vai a Julgamento. O homem não se sente minimamente ameaçado. Enche a boca de que ninguém poderá provar o que quer que seja contra ele.
Diz que espera que haja um julgamento rápido. No fundo, do que ele está á espera, é que, não havendo provas de coisa nenhuma, segundo ele, então ainda bem que é julgado para que as coisas se esclareçam a seu favor.
Parece que o senhor está convencido de que o Estado, não tendo nada a que se agarrar, porque ele,Isaltino, foi cauteloso ao receber os tais envelopes chorudos, será então palavra contra palavra, a dele contra a dos outros.
Nem se dá ao trabalho de abandonar a Câmara de Oeiras, de que é Presidente, uma vez que é suspeito de crimes de corrupção. Segundo parece, os envelopes eram levados ao seu gabinete pessoalmente, para facilitar licenças de construção, por exemplo.
Quantos envelopes chorudos não entraram no seu gabinete? E a conta na Suíça em nome do sobrinho? O homem não se desmancha nem um bocadinho. Então não é verdade, pensará ele, "se outros mamaram da teta do Estado não hei-de eu mamar também?"

Thursday, December 6, 2007

Cimeira Europa / África

O homem parece que vem mais cedo do que se imaginava. Robert Mugabe, o do bigodinho a imitar o "outro", aquele que se arvorou em pretenso "cabo" de guerra, ou não? Seja como for a terra dele está a ferro e fogo. O seu povo na miséria. Mortos. Fome. As garras da morte rasgam o seu país.
O que é que terá acontecido na cabeça desse "menino" que tem levado um país, que era próspero, a Rodésia, ao que é hoje o Zimbabwe? Nada ou pouco sabemos. A verdade é que este encontro da Europa com África deveria ter um cariz de entreajuda e o que se vê é a preocupação de se saber se o senhor Robert Mugabe vai estar ou não na cimeira.
O Sr. Primeiro Ministro Britânico não vem porque alega que o seu colega não respeita os direitos humanos e mais isto e aquilo; numa palavra, não janta à mesma mesa do Africano.
O problema não são as preocupações morais do senhor Inglês mas porque como antiga potência colonizadora perdeu aquilo que pensava que iria manter, as terras do país colonizado na minoria branca.
O que se percebeu foi que o sr. Mugabe não percebia de terras e não percebia (nem percebe) nada de direitos humanos nem de democracia. Os colonos brancos têm ficado sem as suas terras. Ora, a verdade é que a potência colonizadora não vê (não via, nem verá) com bons olhos (nem bons nem maus) esta pretensa "reforma" agrária.
Acho que são os interesses particulares de resquícios imperiais que impede (impediu) a participação da Grã-Bretanha na cimeira, para além de questões morais.

por qualquer motivo

Por qualquer motivo as estradas estão bloqueadas.
Quem sabe da notícia indeterminada?
Os caminhos recuam e as aves seguem o seu rumo

Enquanto os peixes se distanciam das margens.
Em voz moderada os espelhos queimavam
as mãos ainda que alguém trouxesse água.

Todos os espaços na frente estão à altura
dos acontecimentos imediatos.
Os esforços foram os possíveis
e as massas de terra deixaram
de fora as mãos imortais.

Wednesday, December 5, 2007

o mais difícil

O mais difícil é esquecer
o ego e deixar passar o tempo

Fonte de sofrimento
o eu seduz a alma

Haverá um lugar
próximo
do conhecimento?