Saturday, June 30, 2007

O Portugal dos conselheiros acácios

Portugal ainda sofre daquela mania de grandeza por via dos nossos "descobrimentos". Ou, melhor dizendo, os burgueses, que dizem que não são burgueses, que dizem que todos são iguais, não há classes, procuram justificações estrambólicas para a situação dos outros, que não eles. E nessa medida há uma vacuidade incrível na sua tentativa de perceber a realidade, não a querendo na verdade perceber, porque percebendo pensariam que seriam os maus da fita, e não querendo ser, ou não sendo, não me cabe aqui julgar, lançam no ar um discursso vácuo, inócuo, sem qualquer sentido.

Vejam este naco de prosa. Expresso, 30 de Junho de 2007.

"ELOGIO DO ENTUSIASMO"
por
António Pinto Leite

"A cultura de um país promove subtilmente a disposição colectiva para uma atitude positiva ou para uma atitude negativa."
Em que é que ficamos? É na subtileza que está o ganho. Tem que ser disfarçadamente.Depois pode dar para os dois lados, nada é garantido.
Antes de mandar, do alto da sua tribuna, as suas sentenças, avisa que, se fala, não é apenas lavra sua, antes se escora em Bertrand Russel.
Escreve:
"Bertrand Russel escreveu, na sua obra magnífica: 'A Conquista da Felecidade', que a fronteira entre as pessoas felizes e infelizes era o entusiasmo"
Convêm dar um laivo de progressismo, não é?
O senhor colunista:
"Escutar Portugal chega a ser penoso."
Vejam só, ele ouve a voz de Portugal. Deve ser um avozinho que tem lá em casa.

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