Sunday, September 9, 2007

FLEXISEGURANÇA


Hoje ouvi Jerónimo de Sousa a discursar na festa do Avante contra a flexisegurança. Ainda bem. Mal é o partido comunista pensar ainda que 1917 represente a utopia e que comemorar a data signifique o reforçar de projectos políticos que terminaram.

E são verdades as transformações que se têm verificado ao nível dos conceitos, em que as classes dominantes tentam com palavras arrevesadas camuflar as suas verdadeiras intenções.

Interessa-lhes gerir as suas necessidades de força de trabalho segundo os ciclos económicos, ou seja, não terem qualquer compromisso com os empregados: quando o mercado falha, trabalhadores para a rua; quando em alta, trabalhadores admitidos. É a onda. É a maré. Enche e vaza. Mas, claro, há que arranjar, supostamente, um esquema que permita que o conceito funcione pelo lado da segurança. Segurança, almofada, para-quedas. E quem paga essa almofada? Os próprios trabalhadores, enquanto trabalham, com os impostos deles, ou seja, o Estado, que é vitima constante da fuga aos impostos dos que deviam pagar a tal "segurança".

Jerónimo de Sousa tem razão, a flexisegurança é uma armadilha. Assim como Mário Soares.

Não nos enredemos nessas palavras que só levam ao engano. Vejam só! Normalmente, aos trabalhadores duma fábrica, dum escritório, dum Banco; do sector terciário, secundário, primário, seja o que for, não lhes chamam trabalhadores - aqueles que trabalham para alguém, mas colaboradores, aqueles que colaboram com alguém.

Ora, colaborar não significa o mesmo que trabalhar. O facto é que utilizam as palavras para criar a realidade. Deturpam dessa maneira o real. É o que tentam fazer com as palavras que vão inventando. Deturpam a realidade ao deturpar o significado das palavras em proveito deles.






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