Friday, September 27, 2013

texto nº 8 - dos efeitos das marés nos cabelos das árvores



texto  nº 8

dos efeitos das marés nos cabelos das árvores


Cena
36) Não me falem dentro de dias dos segundos desta mesa. Aqui todos os dias recebo não por cada dia mas no segundo imediato

Parte de sempre com a caridade na presença de mim, na igreja de todos os outros, em apertos e na consciência; essa denota as curvas da fatalidade, ainda que sem as palavras do início da curva, desvalorizada.
-- Já as peças da mesa onde me assento são divergentes.
-- Todo o valor que se agarra não se interessa.
-- Por digerir as cantiguinhas.
-- Os acordes de saudade.
-- A esta se junta a inutilidade.
-- Apregoada entre tantas outras categorias distintas.
-- A ver se a luz do dia entra.
-- A voz outrora possante pode não ser.
-- A partir duma pedra aberta para o ar.
-- Não se olvida as entradas nas bibliotecas.
-- As livrarias pontos de saber.
-- Aos gritos os livros nas prateleiras.
-- Nas montras a esquentar o lugar deles.
-- Aulas deles.
-- O melhor para ser levado.
-- De prateleira em prateleira.
-- Os livros então descidos a um tempo.
-- Nesse mesmo lugar não me permitem.
-- Mas tenho de permiti-lo.
-- Não permito.
-- Mas tenho uma veia rasgada.
-- Tenho esse assunto na eterna permanência.
-- Entre dois golos de água.
-- O suor a crescer.
-- A subir a ladeira do mato.
-- Com a mochila às costas.
-- A trinta e oito graus.
-- O azul dos céus.
-- Sem uma nuvem nas montanhas azuis.
-- Lá para o norte estrelar.
-- Eu próprio subi-o.
-- Desci-o.
-- A esse tempo o suor.
-- O cansaço.
-- As pernas.
-- Mas tenho de persistir.
-- Em complemento dos livros.
-- Uma de dez na altura em papel.
-- Doutra vez em tabletes de plástico.
-- As bibliotecas a bom preço.
-- Fugitivos dos mutadiços na curva seguinte.
-- Ah, esse jogo está para durar meses.
-- A minha Gracitara impecável.
-- Tem um dia de me dizer porque não me descrevo a mim mesmo.
-- Na minha idade.
-- Rodeado de florescência.
-- Sem o mínimo de tarelo.
-- Olha que vou dizer nada.
-- Os donos multiplicados.
-- Agora na minha frente.
-- Da minha mesa redonda.
-- Com suspeitas do alcatrão.
-- Esses donos da sala entram.
-- Não dizem uma palavra do tecto à parola do andar de cima.
-- Não detrás da bagunça do eterno.
-- Mas tem de ser dirigida com mão de ferro.
-- Por cima ainda não entendi a noite.
De volta à sala, sempre é preciso, de vez em quando, dar uma de vigilante, nos termos precisos em que dão por tecto o máximo da dívida e dos produtos, supostos numa verdadeira corrida contra o império.
-- Por baixo têm a suposição do laboratório.
-- Não da terça parte.
-- Não é preciso tanto.
-- O negócio é que precisa de uma reserva especial.
-- Se quiserem.
-- Em primeiro lugar tu.
-- Depois que se concertem em dois como deve ser.
-- Prémios supostos em volta dos quais há a deriva.
E assim não podem os comensais agitar as suas bandeiras com as suas queixadas; e se me insultam não me sei defender.
-- Tenho a impressão distante voltada do avesso.
-- Tenho a partir deste momento de me igualar.
-- De ir para a frente.
-- Não posso.
-- Ora.
-- Não digo.
-- Não discuto.
-- Não bato com o talher numa mesa.
Sossegado, com o nariz arrebitado, fecho-me na minha cara, sem desejos de nada, e sob o controlo estratégico da sala nublada, com todos os efeitos da luz, clara como água, duma claridade espampanante, nem uma sombra dá, porque a luz vem de cima, do tecto para baixo, com toda a força.
-- Estamos sujeitos a isso.
-- Quando me levanto os meus sapatos furam-se com dois pregos.
-- É sempre um grito lancinante que se ouve por todo o lugar.
-- Até à Calçada a descer para o Poço dos Mortos.
-- Vai um de bengala.
-- Não vai um de mota.
-- Não vai um de carro.
-- Não é por uma entrada secreta.
Também não é por um não comprido, que se estende até um escorregadouro; e o patrono, deitado nesse escorregadouro, de cabeça para baixo, toma tamanha velocidade, que chegando lá abaixo já não chega, porque se desfez em mil pedaços de carne e ossos, a voar, cortados pelas serras do escorregadouro.
-- Ora isso não é bem assim.
-- É mais para ver se alguém está a pensar.
-- Porque se houver alguém nessa situação tem de se desligar o pensamento.
-- Nós todos que estamos nesta sala há alguns segundos temos o privilégio de estar à frente do tempo.
-- Porque percebemos quanto devemos estar agradecidos, -- isso me diz a Gracitara.
Agora aparece ela, e depois vai-se embora outra vez; mas eu também não sei, porque eu queria uma dose e só posso ter meia dose de carne de cavalo, ou de sardinhas, também muito bem vendidas; aqui, todos os dias recebo, não por cada dia, mas no segundo imediato, a previsão dos segundos, a partir duma previsão perfeita, sempre para a Rua das Chagas até ao próprio elemento da água; a outra face acorda e desce, por entre as velas dos moinhos que de vez em quando invadem, não por isso, mas porque têm o mesmo comprimento.
-- O mesmo portátil.
-- A partir de seiscentos euros a dúzia.
-- Já na altura se comprava.
-- Agora na minha casa.
-- No quarto virado para a varanda do Galego há gente suficiente.
-- Mas na casa dos sono-uva todos penam nas camaratas de verão.
-- A zona aquece.
-- E nem uma aragem misericordiosa que venha do rio.
-- Salvo seja.
-- Pronto.
-- Está na vez de se entregarem a eles.
-- Está bem o coração da terra.
-- A primeira vez que mereceu dizer foi por essa arte.
-- Não na seguinte.
-- Era assim eu mesmo.
-- Sem uma pinta de sangue nas veias.
-- Directamente a escorregar.
-- Não me falem dentro de dias dos segundos desta mesa.
-- Há a vegetariana.
-- A comilança.
-- O menu barato.
-- A partir deste momento há a comida dos países em convergência.
-- Na melhor das hipóteses.
-- Quem se quiser pode apartar.
-- Não eu.
-- Não estou vendo as cores.
-- Estou embirrando a não mesmo mostrar quando o que quero mesmo.
-- O que queria mesmo era sangue.
-- Matar.
-- Fornicar.
-- Morrer até ao fim.
-- O que devia ser o meio da própria ave.
-- Mas evito os pensamentos.
-- Atarraxo-os com grandes parafusos.
-- Eu encolho-me em mim mesmo no estúpido ser.
-- Aperto para dentro com força.
-- Arrocho.

Cena
37) O que mais interessa é a ordem de chegada e a maneira de progredir. Percebe-se que está agora na onda dolente a subir e a descer a areia dunar

Na garganta.
Não desejo ver mais ninguém, até ao fim do mundo, nas mais desertas estâncias; e posso alegar o meu jovem talento, ou ainda alegar a rápida degenerescência dos níveis de radiação; e posso também perdoar, se for possível, a qualquer momento; mas eu não quero perdoar, porque o que me faz assim é esta mania de andar a puxar para o lado da desgraça, não o tempo suficiente; e entre os demais não se entende; e o caminho que é traçado não corresponde à crítica, nem pode o ser entrar na outra linguagem.
-- Proceder a versão diferente.
-- Nas mesmas artes.
-- Eu desejo pois não apertar mais o coração.
-- Se o tenho não mostro outra coisa a não ser a forte, a descomunal força que limpa tudo da frente.
-- Este princípio da caixa é para sempre.
-- A que está ali para levar espetos coloridos.
-- Atravessados no corpo.
-- Engasgados na garganta.
-- A tal do meu peito para cima.
-- Com a condescendência do olho direito.
-- Se o mais que puder.
-- Possa ser daí em diante.
-- Então que se faça com urgência.
-- Ah, meu caro.
-- Não tenho essa grande e eloquente imagem.
-- Com os desejos inteiros.
-- Não tenho a maneira de não ter.
-- A impossibilidade.
-- Essa é a voz.
-- Uma a seguir.
-- Que destitua a outra voz.
-- De regresso à luz.
-- Não por aí adentro.
-- Mas de mim próprio o que resta são as pedras.
-- Os passeios percorridos sem fim.
-- Porque de fora respiro mais direito.
-- Não dentro de casa.
-- Não a pé de orelha.
-- Acuado entre as paredes de betão.
-- O olhar azul do mar.
-- Não na janela a alturas enormes.
-- Com o medo das alturas.
-- Essas quatro paredes é que me levam para os mutadiços.
-- E nos mutadiços está a decorrer uma conferência.
-- Mas eu não vou porque me quero distante.
-- A dois mil metros de tudo.
-- Uma vez não é de mais.
-- Não cura o terreno.
Destino, o primeiro que se segue; curto o favor de entender; mas nas mais paredes a única é a sala onde estou, porque não tem nada de nada e ninguém é de lá; e por isso não falo com ninguém, nem comigo; e não me digo o que sou; ainda se fosse descobrir que na rua é o sítio da minha alma, ou ela está mais à vontade lá, porque lá sou como um cão, sem pensamento e sem consciência.
-- A mim deixam-me escorregar.
-- Quase até ao Poço dos Mortos.
-- Numa terra rubra.
-- Na qualidade de visitante.
-- Esse queria ser eu.
-- Para ver de perto a horrível cátedra enfiada num balázio
-- Mas não me deixam.
-- É dito,
-- (És tu).
-- (És tu).
Não me cumprimento.
-- É dito,
-- (És tu).
-- (és tu).
-- Nesta direcção.
-- Já não tão longa como isso.
E decorre desta memória, que não me chega a mão salvadora no terreno que percorro; e com o meu dedo aponto a tecla; e avança a campainha do comunicador por tele transporte; ainda mais se for a participação muito activa e verdadeira.
-- Todos à uma embarcados no navio em diagonal.
-- O que se faz é preciso fazer, -- é dito nas entrevistas do Joni.
O mesmo que anda de roda das mesas, afortunado, a comer com os empregados; mas é para se ver.
-- Este tal Joni disse mais adiante,
-- A Calçada deixará correr.
-- E depois não.
-- Deste modo foi dito que para os comensais tudo devia ser reservado.
-- Está bem.
-- Não se está a ver se seguem este caminho.
-- Na frente é que se mandam em conjunto.
-- Com a imagem do caracol a comer ervinha seca.
-- Eu bem digo e bem reservo.
-- Tudo tem de ser preservado.
-- As primeiras vezes.
-- O mais tardar não.
-- Com a mão da terra.
-- Tem de ser depressa.
É assim de fora da rua na Biju que cresce de dentro.
-- Não é fora.
-- Nem é dentro.
-- É a meio caminho.
Onde a alma está bem informada das suas guerras; e quem faz isso é o Ora Entorno, a descer a rua, ou a subir, ou nas suas funções diversas; que pode ser boa gente, ou uma muito boa pessoa, ou uma muito má, a quem se pede o cumprimento zeloso do governo da casa, em bravas zaragatas.
-- É hora de a minha bem arranjadinha casa receber o tipo.
-- Ele desce.
-- Ele está na luz da noite.
-- Tão irreal.
-- Aos pedaços.
-- As bolas desmembradas.
-- Rapidamente.
-- Aquilo tem várias imagens e faces.
-- Pode descer.
-- Ou subir.
-- Ou entrar.
-- Ou sorrir.
-- É essa a função do Ora Entorno.
-- A dar-me as instruções desabridamente.
-- Se eu quiser que me amole.
-- Já sou bem crescidinho.
Digo tudo o que tenho a dizer, já montado no meu cavalo de tróia.
-- Sinto-me a um mês de distância.
-- Mas como está prescrito é ao mesmo tempo a calma dos outros.
-- Em absoluto.
-- Na mesma.
-- A minha alma voa para os pais.
-- E para o lugar remanescente.
-- E volta outra vez.
-- Com as imagens anteriores.
-- Onde queria ficar para sempre.
-- O trabalho é mudar as imagens para os lugares certos.
-- Eu digo,
-- Deixaremos a casa da Gracitara muito brevemente.
-- Com rumo à liderança do lugar de chefia.
-- Para que sim.
-- Para que dê mais algumas alcavalas.
-- A entrar pela porta do cavalo.
-- Eu bem sei como se jogam estas coisas.
Uma vez desciam as escadas os sono- uva, sem receio, com enorme pressa, todos à uma; e depois de se ver bem, percebe-se que está agora na onda dolente, a subir e a descer a areia dunar.
-- Mais nada se diga desta intensiva resistência.
-- Saberás como se devem promover.
-- É verdade que sim senhor.
-- Está no bem eterno.
-- Que se quer maior de todos.
-- Ah, essa situação não está planeada.
-- Não se está a ver o condicionalismo.
-- Não se entende a verdade.
-- À esquerda de todos os demais.
-- É a função do Ora Entorno para mim.
-- Para a minha lá.
-- Apertada entre as paredes e as ruas.
-- Não foi dito que a diferença não tem cabimento nestas estruturas.
-- O que mais interessa é a ordem de chegada.
-- A maneira de progredir.
-- Eu disse,
-- Estou com muita fé.
-- Estou à espera dum milagre.
-- Mas o outro disse,
-- Então vais esperar toda a vida.
-- Ah, és bem cruel,-- respondi, -- porque queres que seja assim?
-- Não quero.
-- É mesmo?
-- Não quero.
-- Se eu soubesse não queria.
-- Se eu não soubesse também não queria.
-- Está a rolar para a estrada da beira.
-- Para o outro lado.
-- Mas em chegando ao outro lado volta a rolar para cá.
-- É passageiro.
-- O objectivo dele é outro.
-- É o de agregar as mais-valias.
-- Já se disse isso.
Elas são o sal e o sumo do corpo da Calçada, a deslizar para o alto, não para o fundo; mas se for também é o mesmo que não ir.

Cena
38) A não ser que a sirene da ambulância rasgue a cena da cidade. Ela foi muito educada e não rejeitou a ideia de lá ir à porta de Azangar

-- Não me importa nada disso.
-- O outro que se lixe muito bem lixado.
-- Meta o focinho no chão.
-- À cata de minhocas com pão de centeio.
-- A minha ilusão é na rua.
-- Se posso dizer assim.
-- Não tenho a certeza de nada.
-- Quero que todos me deixem em cima da terra.
Ora, a terra pode ser a rua, virada de todo; mas eu não sei se é igual o lugar onde estou ao lugar donde eu vim, ou ao lugar para onde vou.
-- Essa dos lugares consoante os lugares é que marca a diferença.
-- Se um é igual a outro.
-- O outro tem a mesma proveniência.
-- É assim que estou entendendo o tempo todo.
-- Com a massa na cabeça.
-- Não estás a perceber.
-- Essa do Ora Entorno não tem razão de ser.
-- Ele percebe os sons da aproximação do vento.
-- E ainda atrás dele tem o edifício completo com os outros Ora Entorno.
-- Os outros.
-- Novos e velhos.
-- E doentes.
-- E elas e eles.
-- Estão lá naquele casarão do Ora Entorno.
-- Donde ele sai todos os dias.
-- A fazer o trabalho no máximo rigor.
-- Com os olhos postos no chão.
-- As ave-marias.
-- Os mutadiços também seguem esta senda.
-- Mas se for pela ave-maria não dá o mesmo valor.
-- A que se percebe é a que tem as valetas e os bueiros.
A estrada e a rua, e os que são de fora, acham que o primeiro a ver tem de ser o melhor, com a experiência exterior aos actos arrasadores; e ao mesmo tempo que se fracciona, a questão entre o primeiro e o segundo, e entre as montras, tem a sua prioridade; e as ruas, e as casas; e as camaratas e o quarto têm a sua prioridade ao virar da esquina.
Eu digo,
-- Faz a cama.
-- No quarto faz.
-- E olha para a mesinha de cabeceira.
-- No privado.
-- No aconchego da casa.
-- Sem ouvir.
-- Sem uma nesga de luz natural.
-- O Joni já está fulo de tanta parvoíce.
-- Se eu acabasse com ele estava feito.
-- Porque não desdenhava nenhum valor.
-- Na próxima esquina é preciso ter em atenção todos os ramos de trombose.
-- A menos que se queira.
-- E se não for o caso está radiante.
-- Sim.
-- Um ramo de flores para ti.
-- Se puderes.
-- Sim.
-- Se puderes.
-- Não tens receios que te deixem aí nessa cadeira para sempre?
-- No segundo imediato.
-- Não seja por ocasião do milénio.
-- Todos festejaram a noite.
-- Mas se desse o efeito contrário não.
Eu tenho a obrigação de meter a cabeça na janela e gritar com tanta força que acabo por deixar de ver, e só me tenho a mim mesmo.
-- Não quero a própria frente.
-- Não.
-- Se vier aí nesse tempo pode ser.
-- Acontece com os melhores.
-- Que eu já vi.
-- Têm o condão de navegar ao de leve.
-- Ah, se entram.
-- Deixem entrar.
-- É assim que vejo a minha Gracitara a correr esbaforida.
-- Vem da cozinha muito aflita.
-- Mas eu não sei porquê.
-- Depois ela se posiciona a um canto.
-- Ali fica a controlar o ambiente.
-- Digo ao outro,
-- O que terá acontecido à gaja?
-- Não sei.
-- Não faço ideia.
E assim fico, a olhar para as minhas mãos, cada vez com mais vontade de ir ao quarto de banho; mas se ainda não me soltaram, como poderei resguardar-me das mãos?
-- O mau feitio.
-- Não sabe.
-- Ninguém em especial.
-- À revelia da Gracitara os rapazes sem nome.
-- Não sei o nome deles.
-- O Joni apenas está no seu papel de dono.
-- E os outros nos papéis deles.
-- Ainda agora possam desistir se quiserem.
-- Os pais são bem-feitos.
-- Aqui ao lado desta sala há uns teatros bem apetrechados onde cabe lá toda a tralha destes.
-- Ao presente.
-- E ao futuro.
-- Se o trilho for este.
-- Mas as cenas têm-se revelado constantes.
-- Do meu quarto para o lado sul não se ouve nada.
-- A não ser que a sirene da ambulância rasgue a cena da cidade.
-- Percebo individualmente o dilema.
-- E causa-me uma estranha sonolência.
-- Nas frequências anunciadas.
-- Desde já tenho de apresentar as minhas condolências.
-- Ainda que seja cedo têm o direito à boa memória dos velhos tempos.
-- Ah sim, -- diz o outro, -- estás mas é maluco.
-- Não estou não.
-- Não me pressiones senão vais ver como não pode ser.
-- E nesse entrementes entra o esbaforido Ora Entorno,
-- Ordem dos superiores.
-- Têm de ver a análise de património para de seguida se processar o estudo necessário.
-- Já disseram que o processo vai longo mas que será resolvido a tempo.
-- Se for o caso atinado tudo pode acontecer ao mesmo tempo.
-- Não há uma primeira.
-- Ou segunda.
-- Nem uma sequência directa com o assunto.
-- Mais vezes ele assume mais vezes ele responde gloriosamente,
-- (És tu).
-- (És tu).
-- E eu não sei nada disso.
-- Porque devia ser de outra maneira e é desta.
-- (É desta e ninguém contesta).
-- Estava a ave de rapina olhando o mistério maior.
-- E se não fosse o outro já se estreava a matar.
-- Salta um coelho de lá dos céus.
-- Lá vinha ela.
-- Foguetão até ao manjar.
-- As carnes rasgadas do roedor.
-- As vísceras no ar misturadas com o sangue.
-- Ninguém está à espera para se promover na indústria do gado.
-- Não, outra coisa, -- devo dizer com muita solenidade.
A rua da Calçada, que vai dar ao Poço dos Mortos, tem várias campainhas nas portas, e se todas soarem ao mesmo tempo, temos a ilusão de cascata em três dimensões; e sobre isto basta a informação.
-- Como está o senhor primeiro-ministro?
-- Estou bem, obrigado.
-- Até que à margem da tal lei monopolista vão fazer monopólio para outro lado.
-- A vida aqui é muito curta.
-- Se me tenho à parte por tudo isto estou à frente da casa de Azangar.
-- Já não há lugar pela porta de Azangar à noite sem a licença generosa de Dial Agalgar.
-- A que sempre entoou.
-- E eu nesta primeira vez disse a Dial Agalgar,
-- Tu és um monte de esterco.
Mas em resposta ela foi muito educada, e não rejeitou a ideia de lá ir, à porta de Azangar, a dar mais proveitos de trinta dias, pois as férias correm muito bem no parque de exposições e o material vai-se vendendo, conforme a feira de exposições; e é a semelhança que encoraja a divisão de peças de automóveis, para andar mais e sem preconceitos.
-- Vinde bem a ver as vistas de cá de cima do monte mais alto da ilha.
-- A oferecer uma jóia de valor sem fim.
-- Não devia receber nem mais qualquer cêntimo.
-- Por favor, vou à bola.

Cena
39) Certos segredos foram espalhados e toda a sala estava à beira dum ataque de nervos. E é na palavra que existe o soldado de ouro a guardar a pedido o quarto lá em cima

-- Ver os craques nos seus melhores dias.
-- E eu,
-- Por favor, não descanso da noite anterior.
No maior silêncio e escuridão eu apalpo o terreno, e o quarto está à minha direita, e é por aí que devo entrar rapidamente, com o cheiro do limão na mesa e no silêncio, e em tudo o mais; mas não se satisfaz a que está na minha ausência.
-- Sem perder as estribeiras.
-- O próximo que vier terá de acabar no chão.
-- Sou eu o próximo.
-- Eu mesmo me arrasto para a porta.
-- Por saber que sou o mesmo dos segundos que antecederam.
-- Se entro na Biju tenho receio que me reconheçam.
-- Vejam-me o antigo indivíduo.
-- Não sem a razão.
-- Mas aparentemente.
-- Não funciona na minha cabeça o seguinte preparado ao segundo.
-- Deve ser em micro segundos.
-- Inevitavelmente.
-- Se estive hoje ou ontem na Biju sequer tenho a preponderância de seguir a informação dos vidros.
-- Ou de partir as montras.
-- Não.
-- Que há-de mudar de cara.
-- Também ela.
-- E as mesas resguardadas com os livros.
-- Os cadernos na correia que antecede o conhecimento.
-- Este é o favor que me tem de ser feito.
-- Se eu vou para a Biju faço o seguinte percurso.
-- Não tenho nenhum sítio onde parar.
-- Sento-me no passeio em frente doutra casa.
-- Agora maior de pensamento.
-- As minhas acções são principalmente os meus recursos primeiros.
-- E dão para mostrar as minhas mãos em primeiro lugar.
-- Depois saio para fora de mim.
-- Não entro na Biju.
-- Um centro maior do que eu.
-- A Biju e a Liége são no conjunto.
-- Depois doutras três.
-- A mesma cena.
O mesmo dia perdido; e se estiver ali estou na minha sala, e não tenho mais nada em que pensar, e olho só para dentro de mim, tão feliz, ainda porque tenho algum para dormir e comer.
-- A ração diária da tropa no dia seguinte.
-- O batalhão e o soldado ficam na frente.
-- Não da casa mas da terra vazia.
-- Como escolher entre ficar e ir?
-- Não há como escolher.
-- O soldado que desce da Biju em voz de comando.
-- No seu sentido mais vasto não tem de perceber.
-- E se tiver que seja bem percebido.
-- Eu digo para mim.
-- Para o soldado.
-- Entro na casa ao lado para não morrer.
-- Um dia posso sair.
-- Não mates o Ora Entorno.
-- Logo da primeira vez em comunhão com a arma.
-- Não podes depois fazer na terra das águas a rede de esgotos.
-- O frio leva para diante a carne de cavalo podre.
-- Os dentes estão amarelos de tanto fumar.
-- Mesmo assim o soldado tem de estar na frente mais os outros.
-- Na escuridão e no silêncio.
-- Mas de forma curtida.
-- Com grandes visores e coletes à prova de bala contra a fome.
-- Os mutadiços já estão há tanto tempo acampados.
-- Com fome e sede.
-- Nas barracas.
-- Com bebés e crianças e toda a casta de gente.
-- Os mutadiços têm de perceber que têm de sair.
-- Eu digo,
-- É compreensível.
-- Nesta hora de grande aperto é para isso.
-- E se eles e todos os demais não entendem vai para a Biju.
-- Fecha a porta.
-- Fica na cadeira.
-- No segundo exacto.
-- É este mesmo que aguenta de fora a trama.
-- O soldado cá está a dar um tiro.
-- Vejo a carne.
-- Os miolos duma cabeça a respingar.
-- O que foi na Biju nunca podia ser lá.
-- Não é aí.
Pode é, na volta dos mutadiços havia o génio solto da praça Zuleica, nesse tempo de alguém ir para cima. e depois para baixo; ao contrário, é a manobra vertical que manda aqui, se um te diz alguma, diz-lhe outra, com uma estratégia adequada; é nesse caminho, à volta da Biju, que ambos estamos, eu e o outro; na altura, eu não podia sair da sala, mas pensei, ao contrário, e depois fiquei lá, sempre ao segundo, com a ajuda de nada; eu estava feliz, e portanto, para sair dali não queria, e mesmo que quisesse não saía; era vender as terras todas e eu não queria, até porque os rapazes, agora, atiravam pãezinhos uns aos outros, e o Joni continuava a fazer que ignorava, esgaçando os seus dentes muito brancos, porque ele os pintava com um produto qualquer, para se manter na boa; já a Gracitara, e o casal, e os comensais, alto lá com eles; certos segredos foram espalhados e toda a sala estava à beira dum ataque de nervos, aparentemente, a fazer fé no prato, aquele famoso, o da cozinheira; nesta área do poder é muito importante assumir as tarefas da cozinheira, com todo o rigor; se não for ela a fazê-lo ninguém dá a vida por uma cebola, ou um dente de alho, ou sal envinagrado.
-- Dão todos os prazos possíveis, -- é o que digo sempre.
-- Eu estou a partir deste momento com o olhar pesaroso.
-- Enquanto não descanso o meu peito.
-- Ah, não.
-- Não pode o vigilante sair, -- eu digo.
-- Se da Biju for não entra na sala.
-- Ou na Liége.
-- Um segundo de diferença.
-- O que pode perfazer vários segundos.
-- O soldado pode entrar no odiado Ora Entorno.
-- É uma óptica.
-- Está bem, soldado, vou-te dar esta linha de orientação ligada à bomba todo o dia.
-- Tens de estudar esta linha.
-- Tens de perceber o caminho dela.
-- Para teu bem e de nós todos.
-- Com o reino do futuro em tuas mãos de ouro.
-- É uma maneira bem eficaz de dizer.
-- Assim corre um bode expiatório na graça de deus nosso senhor.
-- Por menos na sala.
-- Por mais na Biju.
-- Sempre estendidos.
-- Os panos de limpar as mãos da porcaria da graxa do automóvel.
-- Foi na esquina.
-- Eu estou a perceber muito bem porque foi feito.
-- O assunto tem muitas dezenas.
-- E centenas.
-- E não vai lá.
-- A modos que não se volta atrás a descer a Calçada.
-- Eu desço e durmo.
-- Mas não com muita frequência.
-- Tenho um sono pesado.
-- Não te importas que durma? -- Pergunto ao outro.
-- E este está a dormir.
-- Portanto eu vou dormir também.
-- Mas não vou para trás.
-- Não.
-- Escuta o final da peça.
-- Deixa a outra banda da rua vazia.
-- Não dá, senhora cozinheira, -- grito de lá da minha cadeira apertado. – Cozinheira! Tenho estado à espera da minha pescadinha com rabo na boca e nada.
Em cada segundo o ouvido fica mais surdo, e em cada segundo a única vez não estava a ver; e é na palavra que existe o soldado de oiro, a guardar, a pedido, o quarto lá em cima; por causa do Ora Entorno, não; e do Adiposo, não; eles estão como as sombras de verão, ao lado da queima e das chamas.

Cena
40) Estão a um dia de começar e nada da cozinha para a frente. E mais um dia passa e depois outro mas neste segundo é a mágoa de não saber

-- Com o sentido da paz.
-- Da claridade que das sombras nasce.
-- Não é uma ideia.
-- E depois outra.
-- Por esta razão absoluta.
-- Não há desculpa.
-- O Adiposo ataca mais nos dias ímpares.
-- Para lhe dar sorte.
-- É a classe dos sono-uva a mais desditada.
-- A razão é não haver lugar.
-- Mas mais ainda é o lugar do morto.
-- Que não há nessa classe.
-- Que mora precisamente ao meu lado.
-- No quarto junto ao Galego.
-- Os sono-uva têm essa sina arrasadora.
-- Por causa do lugar.
-- Uma vez que para eles não há.
-- São levados para o Poço dos Mortos.
-- É uma clara ingerência.
-- É um tema importante.
-- Está bem.
-- De tudo o mais que se conhece.
-- Não pode dar de mão beijada.
-- Ah, sim.
-- Bem.
-- Estão a virar a esquina sem dizer uma palavra.
-- Outros mesmo não estão para aí virados.
-- Entram.
-- Saem.
-- Misturam-se com os comensais.
-- Como é que eu vou saber esta ilusão dos Adiposos?
-- Tem pano para mangas.
-- Mas não é a tostão.
-- Vale a vida e o sangue.
E depois, a operação dragão é para se cumprir atrás da terra, na casa abandonada, onde ficam os sono-uva entregues a eles próprios; e os pais e as famílias inteiras choram toda a vida lágrimas, e desaparecem no fim, como umas sombras.
-- Essas todas debaixo desta praça.
-- A rondar.
-- Com os binóculos.
-- Vesgos.
-- Salobros.
-- Já está.
-- Desde sempre.
-- Metida com a invernia.
-- Não.
-- O preciso momento nunca chega aí.
E por essa razão, o Príncipe dos Frangos é a primeira etapa do Joni, com os seus dentes impecáveis, e a sua vermelhidão; e não é uma carreira muito famosa, mas está bem, ali atrás, a satisfazer os apetites dos comensais com mão de ferro.
-- Deve a palavra.
-- Não deve.
-- Nem o casal à espera.
-- Nem o próximo que vier deve entretanto deixar de comer.
-- Não é o primeiro.
-- Nem o último.
-- Nem eu digo mais do que qualquer outro.
-- É preciso apontar os binóculos bem em frente.
-- A ver se não há Adiposos por aqui.
-- A bem dizer é capaz de ser algum dos comensais.
-- Mas não vamos por aí.
-- Temos que esperar mais uns tempos.
-- A ver se encontramos algum resultado.
-- Mas eu acho que não.
-- Estou agora a olhar para a mesa.
-- Para o tampo da mesa.
-- Para a toalha de papel.
-- Não tenho pensamentos nenhuns.
-- A Gracitara está atrás de mim.
-- Ela espanta-me.
-- Eu estou sossegado na sua frente.
-- Tenho medo dela.
-- Do seu poder.
-- Ao que conforme penso não tem.
-- Mas depois tem.
-- Porque quero procurar significados.
-- Assim fico paralisado.
-- Como estou agora.
-- Ela nem me fala.
-- Ao princípio era sexo que via nela.
-- Depois a visão carnal foi-se alterando.
-- Neste momento.
-- Neste segundo preciso é diferente.
-- Mas também não é bem medo.
-- Não sei o que seja.
Estou a ver que estou bem, e me sinto confortável nesta sala, porque vou comer, e depois vou dormir, e mais um dia passa, e depois outro; mas, neste segundo, é a mágoa de não saber o que vem aí que me está a empatar, dentro das novas classes.
-- Não tão finas como parecem mas também verdadeiras.
-- Não tão semelhantes mas também próprias.
-- Com as grandes divergências aparentes.
-- Todos ao mesmo tempo.
-- Não mais do que isso.
-- Está bem assim.
-- Está bem assim, -- digo eu com força.
-- Depois não valho nada.
-- Estou bem assim.
-- Aqui.
-- Deixo passar as tempestades todas na minha frente.
-- Enquanto nada.
-- Enquanto tudo na minha cabeça.
-- A percorrer o dorso do tempo tão minguado.
-- Em microssegundos em nada.
-- É por isso que estou a ver as outras coisas.
-- Em formas descomunais.
Não prescindo do outro ao meu lado, e se fosse outra era diferente, da próxima vez tenho de pautar a minha terra por pontos ao quadrado.
-- Não estás a ver nada.
-- Vai para casa.
-- Vai para a rua.
-- Não é bem assim.
-- Tenho que organizar a minha cabeça.
-- Com duas taxas aparafusadas ao osso.
-- Mais à frente é demais.
Sendo as primeiras horas as mais importantes de ver, ao princípio, aqui não se percebe nada, ainda que eu veja os pratos a correr para as mesas.
-- Não é por aqui que corre a comida.
-- É mais pela cozinha.
-- Pelas traseiras.
-- É à noite.
Isso é importante, porque ao descerem a Calçada os sono-uva podem, de repente, inverter o circuito a pé, e com ferros.
-- Não está o percurso feito.
-- Ninguém está com medo.
-- Estão a um dia de começar.
-- Nada da cozinha para a frente,
-- A Gracitara atrás de mim.
-- Também não quer falar.
-- Nem eu lhe quero dar o nome.
-- Mas não é verdade.
-- Ela não me fez mal nenhum.
-- Ela não me quer mal nenhum.
-- Eu é que estou tolhido pelo frio.
-- Porque venho com fato de verão.
-- O ar condicionado dá-me cabo dos brônquios.
-- Estou medroso com isso tudo.
-- Será que me posso aguentar?
-- Mas digo,
-- Mesmo ela não me fez mal nenhum.
-- Eu é que penso assim.
-- O que se passa na minha cabeça não faz sentido.
-- Como podia ser desta maneira?
-- Não.
-- A não ser uma sala enorme.
-- Tipo salão.
-- Ou pavilhão.
-- Mas sim.
-- Não é.
-- Porque assim não deve ser o grande.
-- Ou o pequeno.
-- Não é o tamanho da primeira ideia.
-- Nem a cor.
-- Nem nada.
-- Altas.
-- Ou baixas.
-- Pois é.
-- Pois não é.
-- Pois vais para a rua.
-- Pois desces.
-- Pois esvazias o corpo.
-- Não.
-- Não estou amarrado nesta cadeira.
-- Mas pode ser como se estivesse.
-- Alguém poderia querer entrar comigo e dizer,
-- (tu és um andante sem fala).
-- (Corno de vaca).
-- (Peido de cão).
-- (Arroto de cavalo).
-- (Merda de gato).
-- (Cagalhão de bode).
-- Por aí adiante.
-- Podiam dizer isso.
-- O que quisessem.
-- À vontade.
Não me alegraria nem me entristeceria com as bocas, as mais malvadas que fossem, porque era o que se passaria na cabeça; e eu faria uma ponta de ferro para queimar a cabeça, lá por dentro, nos miolos, e assim, com eles queimados, nada me afectaria.
-- A parte correspondente à chatice própria da altura.
-- Na véspera seria mais cordato.
-- Não levaria a monte os recursos.
-- Acabaria.
-- Era assim o inventário.
-- Era.
-- Não era.
-- Nem podia ser nada do que conferisse.
-- Deixaria de fora a carga
-- Para a cozinha.
-- Pelas traseiras.

Cena
41) As galinhas e os coelhos e as aves de rapina vêm de lá de fora em camiões cisternas. A beber chá na mesa limpa enquanto as festas e milhares de pessoas descem e sobem ruas

-- Às vezes sub-repticiamente.
-- Mais ou menos.
-- Outras vezes igual ao dia anterior.
-- Todos os destinos estão apalavrados com antecedência.
-- Para o tour.
-- Na ordem inversa à da cozinha.
-- Se era para entrar devia ser para sair.
-- Assim sucessivamente.
-- Se paga bem o preço e por cima não carrega nos impostos.
-- Estava a ver se a entrada era por baixo.
-- Se tinha escadas.
-- Mas era a hora.
-- Não o momento.
-- Era para cima.
-- Não.
-- Na qual.
-- Tudo de bem.
-- Ainda mais.
-- Nada e tudo.
-- Ao que o outro,
-- Não.
-- E eu,
-- Sim.
-- Se para entrar.
-- Está bem.
-- Pode ser.
-- A cozinha.
-- O último turno da noite.
-- E eu na mesma.
-- Não
-- Na cozinha os produtos.
-- Todos sabem bem como é.
-- A cozinha é para cozinhar.
-- Para o resto está a mesa quadrada.
-- É preciso ter uma consciência ilimitada.
-- Para entrar lá dentro.
-- Ponto por ponto.
-- Tudo deve ser uma lição de cozinha.
-- Que tem a ver com o cozinheiro.
-- Pois se ele não percebe quem é que vai perceber?
-- Quem é que tem de estar a par?
Não na frente orgânica, onde a guerra se dá, nos dias contra os prazos; e o negócio das chávenas, para requinte dos aprendizes, a beber chá preto na mesa limpa, enquanto as festas, e milhares de pessoas, descem e sobem ruas na frente aberta.
-- É na sequência que se diz aos milhares.
-- Não quero.
-- Pode ser.
-- Para resolver um problema de falta de comunicação entre as abelhas.
-- A morrer aos molhos.
-- A deixarem a descendência.
-- Mais externa do que interna.
-- Querem ver que não sabem muito bem dizer a milhares a entrar e a sair da cozinha?
-- Ao que consta os comensais não se importam.
E voltam a ter a mesma panela.
-- Em massa.
-- Não se enganem.
-- Muito bem.
-- Nem estejam a pensar no melhor.
-- Que é chato não fornicar uma mulher.
-- Em vez disso anda aquela encomenda a deitar fumo pelos olhos.
-- Ah, sim.
-- É bom, -- diz da cama uma mulher linda, toda nua, à espera.
-- E tu de repente ficas nervoso.
-- Ou não?
-- Depende.
-- Se ela te pegar no pénis com um lencinho para não contagiar?
-- À hora do almoço não dá.
-- Depois também não.
-- Há-de ser quando for dela.
-- Por trás.
-- Com coleira.
-- Também agarrado a ela.
-- Para trás.
E nesse dia, à mesma hora, é que todos deixaram mesmo de entender, e isso dá que pensar, na quantidade de gente que deixa atrás de si um rastro de lume; e todo o tempo não deseja, a não ser ficar, entre si, com a mais tardia ambição.
-- É o desejo que te embala.
-- Por ti.
-- Por mim.
-- Não.
-- É a praxe.
-- Não.
-- Não estão os milhares.
-- Não.
-- Não desejas entender.
-- Não.
-- A seguir sobes a Calçada.
-- Depois ficas a olhar para baixo.
-- Para te agarrares ao teu destino.
-- Não para ficares apenas.
-- Não é uma curva que se enrola.
-- Circula a grande velocidade.
-- Em vez de encurtar deixa de poder andar no vento.
Também pode ser a encomenda, feita no mesmo dia em que o cozinheiro pede o fornecimento de legumes na praça, nessa altura vem peixe fresco para a cozinha; e na altura certa entra o Joni, e olha para os olhos ferozes, a perceber se a cozinha tem os preparos em condições.
-- Já se vai a ver.
-- Depois como tem que ser da Calçada para baixo.
-- Os bairros periféricos que vão dar ao rio.
-- Na casa seguinte.
-- É o mesmo que ver a segurança aparente.
-- Não está bem.
-- A segunda é de vez.
-- A consistência é forte.
-- Não depois de ver se o Joni merece.
-- É um perfeito cavalheiro.
-- Ah, muito bem.
-- Eu dou-te tudo de mão beijada.
-- E é não,
-- Não é constantemente posto de parte.
-- Estás sempre a atezanar.
-- Ou a dar de baixo.
-- A dispensa também dá.
-- Eu digo,
-- Acabou.
-- Vou para a Biju já.
-- Deixo da mão para fora o bizarro que é esta sala.
-- Então não é verdade que eu quis?
-- Não é verdade que eu vi tal e qual?
-- O vento então não entrava adiante do fogo?
-- Não podia ser.
-- É extraído de fruto tropical.
-- Com mais garantias do que as do costume.
-- Querem ver a mais recôndita laranja do quintal.
-- A palmeira ao cabo de cima da rua.
-- Querem ver que não dá a colheita de beterraba.
-- O milho plantado.
-- As terras tão bem tratadas já estão de poisio.
Era uma vez a terra, mãe de tudo; e depois partiu a embraiagem e parou o carro, ao que, da garganta, ele entornou no Poço dos Mortos.
-- O local na terra está permanentemente em alerta a querer diferentes coisas.
-- É de vez.
-- Entendam-se aí com os cereais.
-- Com as carnes.
-- Está um bocado caro.
-- A carne vem de fora.
-- Os legumes também.
-- Tudo vem de fora.
-- Por isso o cozinheiro conta os dias para ir ao mercado.
-- Logo de manhã cedo.
-- O mercado dos congelados.
-- Glórias passadas.
-- Sim, pode ser.
Entretanto, também as galinhas e os coelhos, e as aves de rapina, vêm de lá de fora, em camiões cisterna; e os peixes, bem engordados, também vêm de lá de fora, para a cozinha, e vejam quantas chatices para ir buscar tudo isso lá fora, com a devida atenção.
Eu digo-te,
-- Não me leves daqui senão venho de pés juntos.
-- Juntamente com as hortaliças e legumes e demais comidas.
-- Se eu quisesse arrebentava as algemas mas de acordo eu não faço isso.
-- Alto lá, deixa-me ao menos.
-- Eu deixava-te e depois diziam-me: tens um castigo pendente e lá vinham eles pendentes sobre a minha consciência e essa entra em colapso lateral sem artifício.
-- Uma triste sina.
-- Não tivesse um padrinho para me auxiliar nestas alturas tão melindrosas.
-- Todos os dias eu sei de mim mesmo.
-- Atendo o telefone se puder.
-- Senão o melhor é desligá-lo nas ventas do tipo qualquer entre os comensais de fatos azuis.
-- Estes estão infestados de Adiposos com todos.
-- Por isso eu desconfio de toda a gente até do meu Ora Entorno.
-- Caça a guerra no passeio da estrada.
-- As passadas directas pelo chão acima.
-- Com rasgos abertos nas montanhas.
-- Em frente do rio.
-- Para lá da península.
-- Desenhada ao milímetro.
-- Se quiser.
-- Disse o mesmo de ti.
-- Ou foi de outro?
Era uma vez; e o destino também começa por aí.

Cena
42) As lamentações são uma grande garra que apanha o tutano desde sempre com toda a garra

-- Por esse sítio.
-- Na escala de um a três.
-- A quem quiser entender.
-- Em frente do Príncipe o alfarrabista do Calhariz.
-- Aberto às vinte e quatro.
-- Deixa os velhos livros em cima da secretária.
-- Para quem os vê de cima do elevador.
-- Até ao fundo do comprimento.
-- É a parte acrescentada.
-- Mais além também há as oficinas de águas abertas.
-- Para quem quiser deitar flores.
-- Pode ter a vantagem de ter perto a cozinha dos agregados do Príncipe.
-- A meio termo entre a Travessa dos Pescadores, a Rua dos Mastros e o Beco do Carrasco.
-- Ao menos não te dêem nada.
-- É consolidado na mesma.
-- Com o carimbo dos adiposos.
-- Esquentando os lugares.
-- Querem ver tudo ao mesmo tempo.
-- Com as mãos em cima.
-- Nas escuras dependências.
-- Nas casas fechadas.
-- Nos quartos alugados.
A mãe dele não viu, quando deixou a cafeteira no lume, e limpou as mãos no avental, e olhou por cima do ombro.
-- Não na rua ao lado a descer.
-- Na cozinha foi ela ao quente.
-- Ela foi.
-- Desapareceu na sombra do tempo.
-- Desde então o Adiposo tem seguido bem igual ao outro.
-- É sempre o mesmo.
-- Só eles não sabem que é sempre o mesmo.
-- Seja onde for.
-- Depende da hora do dia.
-- Dos efeitos das marés nos cabelos das árvores.
-- Que essas na hora certa estão bem.
-- O cozinheiro não.
-- Nem os sono-uva.
-- Assim não está a correr como o prometido.
-- Pela Calçada escura e ínvia.
-- Sem olhar para cima.
-- Nem vejo uma nesga de céu quando tenho os joelhos no chão.
-- Nem a moderna imagem que é passar além.
-- O tempo não resgata as casas a cair aos bocados.
-- O ervaçal a subir pelos telhados.
-- Foi a seguir que se previu a descida da negridão.
-- No dia em que a pedra essa nada.
-- Ninguém tem disposição para negar nada.
-- Está a ver o cansaço.
-- Ao mesmo tempo os Adiposos agarram nas palavras.
-- Transformam-nas.
-- Depois compor é ao mesmo tempo o bom viver.
-- Na terra em festa.
-- Com o dinheiro a vender.
-- Bem sabe as luzes da Calçada.
-- Também variam do lixo ao luxo.
-- É uma panaceia milagrosa em tempo de guerra.
A mãe está bem a ver as coisas, a seguir o seu rumo imaginário, com uma temperança e uma guerra que não é dela; ao mesmo tempo que ninguém lamenta, embora lamentem tudo; e as lamentações são como uma grande garra, que apanha o tutano, desde sempre, com toda a garra.
-- É uma verdade.
-- Se quiseres perceber.
-- O venerando Joni também tem um pequeno naco de carne que vem da cozinha.
-- Ele não queria.
-- Mas depois aceitou.
-- É para veres as coisas.
-- Como elas têm o seu caminho próprio.
-- Está bem.
-- Mas é preciso juntar mais gente à minha quadrilha.
-- Eu digo,
-- Bem, não são só os comensais.
-- Esses honrados pacientes.
-- Tenho que colocar nas mesas mais gente.
-- Com o coração nas mãos.
-- Para ser mais solidária com a comida.
-- E ter muito que comer na cozinha.
-- Eu vejo a cozinheira.
-- Lá está na portinhola a passar os pratos de vez em quando a velocidade estonteante.
-- Nesta sala grande é bom que assim seja.
-- Porque pode-se separar o venerando do Joni.
-- Com muita independência.
-- É fartar a pança no sítio certo.
-- Mas não se principia e se acaba no mesmo segundo.
-- A Gracitara também tem de vir para o meio do festim.
-- E quem passa lá fora que passe.
-- Era um dia como os outros.
-- Se não se pusesse o pão no forno.
Nesta festa de mudança, estão os fornecedores, à espera nas carrinhas, para fornecer a cozinha; e todos os fornos estão a toda a força; e os venerandos comensais têm cada um a sua missão, que é a de comer o mais racional possível, com muita elevação e entendimento; e estão outra vez donos de si, a pensar como deverão comer, sem ninguém ver.
-- Era esse o ideal deles na sala.
-- É verdade.
-- Mas eu sei que não.
-- Porque tenho muita experiência disso.
-- E como há um certo congelamento.
-- Sim.
-- Tenho a ideia certa.
-- Estou bem com o pensamento da Calçada.
-- Era para ver a fotografia.
-- Mas os adiposos não quiseram.
-- Ainda bem.
-- Noutra altura teremos notícias dos adiposos.
-- E das adiposas.
-- Não têm culpa nenhuma.
-- Mas o melhor mesmo é nenhum fazer.
-- E encontrar um arranjo na cozinha.
-- O melhor sítio para se estar.
-- Embora por vezes o ambiente não seja o melhor.
-- Mas as conveniências são maiores.
-- Esta cozinha tem montes de gente.
-- Eu é que não vejo.
Mas oiço distintamente aquela azáfama; e cada vez mais, de segundo a segundo, é conforme; e depois pára, e depois volta.
-- Mas como hei-de?
-- Não me hei-de?
-- Não precisa endireitar nada, -- eu disse.
E a Gracitara veio, de lá de dentro, com um livro antigo, que ensinava a arte de fazer cartas comerciais, que era uma tarefa muito importante, mas que, nitidamente, não gostava de fazer.
-- Nem me falou aliás.
-- Nunca me fala.
-- Pois sim.
Olhei para o tecto, enquanto ela passava por mim, e depois coloquei uma mão em cima da outra, e olhei em frente, à espera do prato, mas ela, não só leu, como aprendeu a arte das cartas comerciais, em pouco tempo.
-- Nessa altura é que começou a entrar uma gente.
-- Que era a tal quadrilha.
-- A equipa veneranda.
-- Para comer.
-- Tinham combinado ali com o Joni.
-- Ele até os recebeu com muitos sorrisos.
-- Estava bem-disposto.
-- Algum adiposo.
-- Ou alguma adiposa.
-- Podia vir com eles.
-- Mas colados aos fatos deles.
-- Também azuis como os dos comensais.
-- Não havia diferença.
-- Só o espanto mais fervoroso com a sala.
-- Na casa dos mortos não podiam falar.
-- Nem na casa dos vivos.
-- Com os dedos congelados.
-- Só mesmo na segunda-feira.
-- Dia de mercado.
-- Com os pés a seguir na frente.
-- Os primeiros quadrilheiros são os mesmos.
-- Os segundos são os outros.
-- Mas os dois partidos ao meio fazem um cheio.
-- Redondo e bem-disposto.
-- Com as normas todas em cima da mesa.
-- Ao entrar nem fizeram barulho nenhum.
-- Estavam alegres mas contidos.
-- Esperançados mas embevecidos.
-- Com a acutilância do Joni.
E este, com certeza, com a dentuça bem à mostra, era a cara da felicidade, por ter nesta sua sala gente veneranda; e os rapazes, dentro do balcão, estavam a postos; e os frangos nos espetos tostavam, e pingava gordura nas brasas.

Cena
43) Têm de estar sempre sozinhos. Ao mesmo tempo que se enviava para fora de casa os quadrilheiros andantes

-- A gordura sumarenta para as baratas debaixo do balcão.
-- Com certeza.
-- Falando a cem e cem.
-- A não perder a vista sem receio é para um dia assim.
-- Na pressa de fazer as coisas como deve ser os rapazes estão feitos nuns oitos.
-- Assim mesmo não se entendem.
Debaixo do balcão encontraram as bestas, encavacadas, dentro dum cesto, e com laranjas também, mas na dúvida deitaram fora, todas elas, com a força mais valente; e de vez em quando adormeciam, e deitavam-se debaixo do balcão; e assim festejavam todas as festas.
-- Era a vez do dia.
-- Na outra ponta da sala não disse nada.
-- Nem uma vez sequer abriu a boca.
-- Assim podem fazer o que quiserem.
-- Só a buscar o conflito não passam daí.
-- Assim mesmo.
-- Doutra maneira.
-- Adoram ver as casas das ruas inclinadas oito vezes.
Foi dito, também, que não há memória de serem vistos na outra margem, os empreendimentos das peças, passadas no grelhador, com a ambição do dia e da noite.
-- É o esforço maior que tudo.
-- Tem de se pertencer ao equilíbrio da casa.
-- A um verão que pode a distância.
-- Já todos dizem o mesmo.
-- Não se descansa aqui.
-- Todos vêem no vermelho os raios das vistas enegrecidas por anos de trabalho.
-- No fim de tudo a primeira vez não interessa.
-- Dessa maneira ninguém entende
-- A não ser que se peça permissão.
-- Era a vantagem de pedir.
-- De voltar comigo ou com quem quisesse debaixo do balcão ou onde fosse.
-- O sistema ventilava depois por entre uma claridade avantajada.
-- Se eu dissesse não importava aos demais.
-- O que está na berra tem o peso que se pretende.
-- Tudo é do melhor.
Quem quiser ver pode entrar clandestinamente, e deixar de pedir mais entradas, ou mais saídas; ou na margem perder os exames da entrada e da saída, com a vantagem de não se entrar na sala; e foi o que se percebeu, naquele dia, na vantagem de entrar, ao mesmo tempo que se enviava para fora de casa os quadrilheiros andantes, que na verdade foi um grande mistério, terem aparecido ali sem dizerem nada; misturaram-se e advertiram, para cima, que se o tal do verão chegasse, ainda podia ser.
-- E vai lá dentro,
-- E diz,
-- E foi lá dentro um dos rapazes,
-- E disse,
-- (O Joni não se importou nada).
-- Estava na posse dos elementos.
-- Como sempre teve conhecimento das coisas que se lhe aproximavam.
-- Mas pelo contrário os outros eram uns quadrados completos.
-- Não tinham nada que ver com o assunto.
-- Só se entendiam bem dizendo mal do Joni.
-- Ah, sim.
-- Vá lá.
-- Já disseste sim.
-- Vira então para o outro lado.
-- Deixa ficar aí.
-- A lata não.
-- Não escrevi ainda.
-- Não disse.
-- Pois então vai dizer.
-- Está bem.
-- E vê se tens cuidado.
-- Sim.
-- Está muito bem.
-- Senhor, se quiser, posso.
-- Não podes dizer aquilo que quiseres.
-- É preciso tornear as palavras em complemento das palavras duras.
-- Já está de fora.
-- Os dias assim.
-- Uma e duas vezes.
-- Conta com todos.
-- Ah, sim.
-- É bem verdade que devemos.
-- E depois os erros.
-- Não há erros.
-- Ninguém erra.
-- As coisas são perfeitas.
-- Tens de desenvolver a questão e depois continuar assim.
-- Percebeste?
-- Claro que percebi.
-- As escovas dos dentes.
-- Os alicates.
-- As reconversões dos bicos e dos pregos.
-- Percebi a intrusão do outro plano.
-- Estou muito bem deitado de barriga para o ar na cova ao lado do leão.
-- E não vejo o terreno daqui.
-- O terreno plano.
-- A estepe nem pensar.
-- Nem o nível de baixo ainda pior.
-- Não vejo.
-- Nem o cimo.
-- Nem o fundo.
-- É para o bem já que ninguém entra.
-- Em troca deixem passar a jornada inteira com as primeiras ideias.
-- As que desejarem ter.
-- Estão muito bem assim a ver os ciclos da vida.
-- Estão a perceber as exigências da terra.
-- Assim não me enganas.
-- Nesta turma quadrilheira estão todos.
-- Em primeiro lugar a vantagem da água debaixo do balcão.
-- É sempre mais arriscado também deixar-se apanhar pela armadilha montada a jeito nos fundos do balcão.
-- A casa em baixo está a desfazer-se.
-- Já há uma ligeira vantagem em considerar o local apropriado.
-- Assim mesmo.
Quando os milhares descem, por vezes, a Calçada, então as correrias são diferentes; e com os sons, também de outra forma, a ver como se devem escusar a ouvir aqueles sono-uva; todos os dias agrupados nas escadas e escadinhas, com amuletos e teclados ao lado, a ver se uma dúzia de vezes conseguem entrar.
-- Mas entrar não é de qualquer maneira.
-- Eles sabem.
-- Se for para o Poço dos Mortos é uma coisa.
-- Se for para outro lado é outra.
-- Não é fácil entrar e ficar.
-- Têm a obrigação de andar de roda.
-- Não podem ter gente ao lado.
-- Têm de estar sempre sozinhos.
-- É proibido ajuntamentos seja onde for.
-- É o que dizem lá fora enquanto estou aqui.
-- Mas há mais coisas.
-- Um dia inteiro não dá com as premissas.
-- Mas é assim.
-- Como pode o Joni despender mais?
-- Não pode.
-- Nem ninguém como ele pode.
-- Portanto se não podem ninguém pode.
-- Estão a ir no bom sentido.
-- Já que estão aí podem entrar e sentar-se.
-- Faça favor.
-- Sente-se aqui.
-- Quantas mesas sobram?
-- Quantas pessoas na entrevista preliminar?
-- Nada foi esquecido ao acaso.
-- Todos os planos foram na mesma direcção.
-- A da harmonia entre os sono-uva e os enfermeiros.
-- Também no dia seguinte.
-- E os outros todos que estavam a acalmar com água doce o estado das dependências.
-- Era assim mesmo que as coisas estavam sem ninguém ver.
-- Queriam alertar para o dia da estreia.
-- Mas não.
-- Estavam a ver outras coisas mais importantes.
-- Bem pior começar a dizer as verdades e depois entrar em colapso.
-- Estavam todos a ver em como iam dar no fim as verdadeiras armadilhas.
-- Todos estavam na direcção pretendida.
-- Todos tinham que começar a perceber.
-- Mas não.
-- Nem ninguém tinha de perceber patavina.
-- Que se lixassem todos.
-- Esses todos de coração às avessas não estavam assim tão dispersos como parecia.
-- Tinham de activar os dispositivos de segurança se quisessem entrar ali.
Era mesmo essa a primeira vez em que se entenderam, com regozijo de ambas as partes colaterais, pois estavam permanentemente a deixar as caldeiras dos vapores do chá expandir-se.

Cena
44) A sala está na pior altura do ano. O segredo dentro da sala pode uma vez ser tresladado para o meio da pedra areia branca

Não para arrebentar mas para se expandir diariamente; e era assim mesmo que se entendiam, sem que se vissem e se desobrigassem, pois estavam dependentes de nada e de tudo; porque se alguém quisesse entrar, havia que dizer o dia e a hora, sem o que a semana não dava para ocorrer a seguir.
-- O bem é desta maneira.
-- Se quiserem é mesmo debaixo do balcão.
-- Vai lá adentro.
Os rapazes, o primeiro, o segundo e o terceiro, não se cansavam de tirar imperiais; e logo depois explodia, lá fora, a bomba que havia todos os dias por encomenda.
-- Estás a ouvir a buzinadela lá fora?
-- É o buzinão na hora do almoço.
-- Meu primo veio logo dizer amém.
-- Encarreguem-se de fechar a torneira.
-- Ah, bem.
-- Tudo vai acontecer como o previsto.
-- Tu andas com essas tretas das previsões
-- Depois nada bate certo.
-- É isso mas não me enganas.
-- Também pode ser a vantagem de assumir.
-- A ideia central já está associada.
-- É apenas descer e pronto.
-- A garantia está dada.
-- Mas se fores ali mais abaixo vender os tostões é que te dão na mona.
-- É certo.
-- E pegas na mulher do escalão dum balcão acima.
-- Leva-la para a costumada.
-- A tal cama no cabo de cima das escadas.
-- Com a guarda à porta.
-- Pode ser.
-- Os tostões emprestados.
-- Lá na moina dela enfias-te todo.
-- E vai de fugir.
-- Depois acaba e olhas para a noite
-- E achas.
-- Mas eu cometi a odisseia.
-- Vou cumprir esta nas pernas dela.
-- É assim.
-- Quem é ela?
-- Não há transferência.
-- A polícia pode chegar a qualquer momento.
-- Andas a resmungar na noite mais as tuas amigas na borda do passeio.
-- Ou nas saias de oiro.
-- Ao mesmo tempo.
-- Não.
-- Elas deixam de dormir dentro.
-- Deixam os filhos na berma da estrada.
-- Não.
-- Elas não.
-- O mato.
-- Depois na estrada.
-- Ou na esquina.
-- Pode contar as primeiras libras de ouro dadas por ter as pernas abertas na hora exacta.
-- Ou nas folias maiores.
-- Magníficas.
-- Abrangentes e badaladas.
-- Há a festa inicial.
-- Depois o guarda manda entrar à hora combinada.
-- Tens licença para entrar?
-- Tens o papel para entrar?
-- Dado por quem?
-- Ah, sim.
-- Pode ser o director.
-- O produto.
-- Pois.
-- A malina.
-- Perna entortada.
-- Não tem a garantia.
-- Ferve a água e o sabor.
-- Ah, sim.
-- Desde já estamos a ver como se consegue atrasar o andamento lá fora.
-- Na escaleira onde estão os donos.
-- Mas não há falta de donos.
-- Nem é o propósito.
-- Porque está a uma curta distância.
-- É só o cumprimento da rotina da bola.
-- E deixar o Manada ir por aí adiante.
-- Foi no forte de pedra lavrada que se deu a invasão.
-- No dia a seguir ninguém.
-- E depois.
-- Ou porque era a mansão do touro.
-- Ah, neste caso.
-- Com ela em vez dele.
-- É o mesmo.
-- Não se diz.
-- Nem vai
-- Nem vem.
Segue-se a carrinha, pela Calçada, fora do balcão; e não se vende mais nada, nem se aceita o cartão de valor incalculável, pois é melhor experimentar não dizer nada; e foi um caso evidente de enorme sucesso, porque não dizer nada equivalia a dizer tudo; e aprendeu a vir para a carroça da burra, e teve um êxito incalculável; e por ela e por tudo, ora na estação seguinte, aprendeu a dizer a frase.
-- (És tu).
-- (És tu).  
Também marcada com enorme sucesso, anos depois, pelo fervor dos mutadiços; e é por isso necessário o assento e tal a dúzia; e se vem algum ainda vai outro; e nesta ordem devem os de baixo não entrar, pois nesse instante vão a ver e deixam as guerras, não porque está bem, mas porque os mutadiços e os sono-uva têm a mesma escala, e estão, ou não, inteiros.
-- É ponto assente na ida de fora até ao balcão com elas a ver.
-- É ponto assente que sem dinheiro o coração bate mais lento.
-- O lema é digerir todos os gatafunhos em boa ordem.
-- Sequência directa.
-- Já lá foste?
-- Não.
-- Ainda não.
-- Estou preso nesta cadeira.
-- Sem um tempo determinado.
-- Congelado.
-- O meu bem.
-- Ai meu bem.
-- É na ânsia de ver que volta atrás ao ponto.
-- De vez em quando há o que se chama a ideia de vez em quando.
-- É por isso bem redondo.
-- Com os treinos feitos todos os rapazes e raparigas dos balcões estão treinados nessa vida.
-- Explica-se as medidas do caixão.
-- Se tem mais ou menos centímetros.
-- Está a fazer uma curva a pedido dos extintores.
-- Que uma pá deu-lhe na cabeça tolerante.
-- Não devia ser.
-- Devia aprender melhor a conta séria.
-- Devia ter mais ideias feitas.
-- Mais sorte que tudo.
-- Devia andar mais à vontade no largo da praça.
-- É um cerco.
-- Mas o que está bem é num ecrã directo.
-- Esse visor tem uma máquina de café expresso.
-- Está aí.
-- É esse o veloz carreiro aberto entre o balcão e a praça.
-- Mas não se ouve nada dos adiposos.
-- Logo simultaneamente tem-se de abrir uma porta onde está a tal voz.
-- Não é no ecrã delas.
-- Também à mesma hora a doença.
-- Não.
-- Depois o ecrã marca.
-- Não é na praça Zuleica.
-- É, sim.
-- Aí tens um abridor de latas.
-- Uma escova de dentes.
-- Tens de apertar os canivetes.
-- Se quiseres.
-- Nesse ecrã toda a gente se revê.
-- É pouco eficaz quanto à natureza.
-- Mas dezenas de vezes inclui a maior energia do mundo.
-- Está disposta a entrar aí.
-- Com as mãos bem abertas.
-- Está bem aí.
-- O sentimento de virtude está a ver-se bem como está tudo a bem dizer não.
-- Ah, sim.
-- Percebe-se.
-- Na primeira não.
-- O segredo dentro da sala pode uma vez ser tresladado para o meio da pedra areia branca.
-- Aí pode levar um tratamento cáustico.
-- Ah.
-- Assim eles dançavam à sombra da virtude.
-- Não matariam a besta que matou.
-- Nem deitariam a manteiga fora.
-- Não era serviço com todas as finalidades cumpridas.
-- A um e a dois por cento.
-- Estás a cumprir a cena atrás do segredo.
-- Mas não é do conhecimento dele.
-- Apenas é uma transferência.
-- Ainda em dias mais quentes.
Já foi apreendido o carrinho que levava o pão lá dentro, à cozinha, e de fora fica o patrão; e o empreiteiro também fica de fora; e os grandes artistas estão nas malas, fechados, onde apenas há uma portinha, por onde permanecem, atónitos; e essa abordagem do ecrã é cruciforme, pois tem o verniz da casaca aberta com as primeiras folgas.
-- Ah, sim.
-- Se pudesse dizer à minha amanuense directamente não me inibia.
-- Pegava nas mamas dela e já agora segundos depois não entenderia.
-- Mais à frente, sim.
-- O segredar das palavras tem uma maneira própria de se fazer.
-- Há quem se entenda muito bem com as mãos nos ouvidos.
-- Outros têm a habilidade de pôr discretamente a mão enviusada nos lábios.
-- Esses é que sabem o quanto está a página ao contrário da outra página.
-- Com efeito já se teme a presença habitual.
-- Está a um passo de começar a presença dos quadrilheiros.
-- Mas como digo como eles entraram assim logo nos fomos ter com elas lá abaixo.
-- Em massa folhada.
-- Não.
-- Em carrossel.
-- Não.
-- Fomos.
-- Viemos.
-- E elas ficaram.
-- Amanhã há mais.
-- E por isso deitamos os olhos aos quadrilheiros no montante certo.
-- Por causa do sono não do dormir.
-- Sim, é verdade.
-- Devo dizer com muita honestidade.
-- Estou a tremer de frio.
-- Tenho os ossos a doer dos segundos em que aqui tenho estado.
-- Estes segundos são feitos de forma desestabilizadora.
-- É uma contabilidade empacada que resume a história ao segundo seguinte.
-- O trasladado.
-- Depende da vontade e dos gritos.
-- Por vezes os segundos são mais do que anos inteiros.
-- Foi isso que me disse.
-- Não é assim, -- diz-me a Gracitara, fria e calculista.
-- E depois vem muito mansa,
-- Não é assim, meu amor do coração.
E passa-me a mão pela cabeça com grande familiaridade, e o seu odor fica a pairar.
-- Sim.
-- Felizmente não mais nenhuma fricção encontrei entre o que digo e o que ela diz.
-- Está na hora certa de perceber se foi verdade.
-- É uma instituição na forma e no destino.
-- É isso a olhar.
-- Vai-te embora, -- diz.
-- E o outro
-- Ah.
-- Não estás.
-- Mas é maluco.
E ponho os meus olhos nas minhas mãos que estão na minha mesa, mas, rapidamente, no ecrã dá, lá fora, a cena, e rapidamente os meus olhos saltam da mesa para o ecrã; e à medida que desce o termómetro, a temperatura congela; e o Príncipe dos reis está à gosma, e todos têm de ver as estrelas, mas, em vez dessas, as luzes, lá fora, pela estrada fora.
-- Os mais elegantes têm os seus alojamentos próprios.
-- Não estão ali porque é mais confortável.
-- Lá estão a ver o desafio.
-- Não tem dúvida nenhuma.
-- E esse desafio está na moda entre os sono-uva e os mutadiços.
-- Embora se tenha pago muito.
-- Mas está na hora de cada um.
-- Nessa dúvida os camarotes acrescentam outra dúvida.
-- Não está a ver as cadeiras.
-- As bancadas
-- E as aptidões milagreiras.
-- Está-se bem.
-- Nesta dúvida não se mata.
-- Nem se estrangula.
-- E os mutadiços e os sono-uva têm muito respeito.
-- Até se vê o brilho nas estátuas.
-- Claro.
-- O esplendor dos dias progride.
-- E a transacção tem cabimento.
Não está na sua devida forma, mas o segundo adiante foi um negócio bem feito, e esquecendo-se a praça por momentos; mas aí foi uma coisa sem efeito, pois era uma preparação soft.
-- Em volta está o mordomo.
-- Tem de fazer boa figura.
-- E depois tem de se sentar à mesa.
-- Está muito bem assim à mesa.
-- Sai-se da cozinha com os ingredientes todos e depois come-se a nossa comida.
-- Tem-se uma dúzia de limões não os que acabam.
-- Não está no emprego e a ditar.
-- Não.
-- A balcanizar a degustação.
-- A armar de boca a boca rachada.
-- Cana de flauta a aprender o canto.
-- Deve ser dessa maneira que todos marcam o destino sofrivelmente.
-- Mas não dá de fosques.
Estas construções foram para a eternidade; e sabem bem os outros, muito bem deitados por terra, que têm de perceber muito destas afinidades, porque, uma coisa é andar de terra em terra, outra é possuir o estratagema para montar as engrenagens do motor de rodas, que umas vezes aparece e outras está arrebentado, e deixa as pessoas em terra; e é por isso que vou; e por isso os rapazes descem a persiana da rua.
Está na hora mas o Joni manda levantar,
-- Não fechem.
-- Ainda é cedo.
E eles levantaram, que remédio, a luz, não; e o ambiente, atrás, dava para cima de duas toneladas de fumo e de podridão; o tal casal, em volta da outra, estava de boca aberta, parado, a engolir o fumo; mas, com muito prazer, era a música que encantava.
Numa delas estava escrito,
-- (não da Calçada).
-- (Sim da entrada).
-- (És tu).
-- (És tu).
E essa era a minha maior aflição, o que vem de dentro da bitola.
-- Já lá estão os investigadores, -- disse-me o outro ao meu lado.
-- Têm os elementos todos porque fazer o inquérito será muito rápido.
-- Estão na berra todos os procedimentos para se saber.
-- Ah, sim.
-- E nesse dia tiram as medidas da porta e da cave.
-- Porque não estava a ouvir as primeiras linhas.
-- Só por isso estão a entender muito.
-- As obras prosseguem.
-- Dão valor acrescentado.
-- Podem a partir daí avançar o mais que se quiser.
-- Estão bem divididas contra todos.
-- E nessa medida estão a perceber se podem ou não deixar de parar.
-- Aí não sabem muito bem que destino agarrar.
-- Esse que começou primeiro.
-- Não.
-- Os investigadores depois não têm que dizer a este e aquele.
-- Já se vão embora ao meio dia com as bagagens.
-- Vão para o avião em grande escala.
-- Nas melhores classes.
-- Estão avisados.
-- Se querem digam.
-- És tu, oh minha linda, que me queres afligir?
-- Pois, por nada.
-- Estou bem afreguesada.
-- Por nada
-- A sala está na pior altura do ano.
-- E os conselhos são deixar percorrer por aí abaixo.
-- Com os talhões dos conhecimentos atinados.
-- É pouca coisa mas não será nenhuma.
Assim, bem considerado, não há desvantagem nenhuma de prosseguir, pois tem que ser sempre para o fundo; e depois tudo é bem misturado, e sai de novo a culatra da pistola, com tudo bem misturado; e fica a coisa pura, com azeite da terra, virgem e verdadeiro, de sabor verdadeiro; e nesse fundo escuro, já ouvi dizer que é preciso levar uma lanterna para se ver, pois não há fios eléctricos, e está-se apavorado.
E diz-me o outro,
-- É por cima das misturas que tu vais lá abaixo.
-- Podes sujar os sapatos porque está escorregadio.
-- Ah, sim.
-- E olho para o lado e vejo o outro com um sorriso muito aberto.
-- Fixo no ecrã.
-- Nessa hora eu pensei não pensar nada.
-- Era o melhor que se devia fazer senão estava sujeito a agremiações dos complexos.
-- Porque lá para o fundo era bom de ir. 

continua....

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